sexta-feira, 6 de maio de 2005

ONU diz que o racismo está enraizado no Brasil

lembrando...
07 de July de 2004
A Organização das Nações Unidas (ONU) criticou, em Genebra, por meio de um documento, as políticas nacionais brasileiras de combate ao racismo e a demora na demarcação de terras indígenas.
"Democracia racial é a máscara ideológica da elite brasileira para não dizer que há racismo", critica o relator.
Ao atacar o racismo, a ONU alerta que o problema ainda está profundamente enraizado no Brasil e denuncia o fato de que partes do aparelho de Estado, Judiciário e mesmo a sociedade civil resistem a medidas de combate ao racismo.
Essas são algumas das conclusões do relatório feito pelas Nações Unidas sobre
a situação da discriminação no País.
"Viajar pelo Brasil é como mover-se entre dois planetas: um das ruas com cores vivas e raças misturadas e outro dos corredores brancos dos poderes político, social, econômico e da mídia", afirmou o autor do relatório, o senegalês Doudou Diène, que esteve no Brasil em 2005 para investigar o racismo.
"Há coisas muito graves ocorrendo no Brasil", afirmou o especialista. O documento será apresentado aos demais países membros da ONU. O relator identifica o racismo como uma conseqüência e um legado do período da escravidão.
Um dos pontos que mais chamam a atenção da ONU é a violência contra os negros. Diène aponta que 631 negros foram assassinatos em Salvador nos oito primeiros meses de 2005, um aumento de 19% em relação a 2004.
Segundo o documento, mais da metade dessa parcela da população vive abaixo da linha da pobreza, sem saúde e com um nível de analfabetismo "inaceitavelmente alto". As mulheres negras vivem uma situação ainda mais delicada: ganham 40% dos salários pagos a um homem branco.