quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Tweets de ódio

Água materna

Talvez poucos saibam, mas minha mãe nasceu em Paramirim, Bahia. Tomo qualquer ofensa ao nordeste como dano de honra contra minha família. Eu poderia citar aqui uma centena de intelectuais nordestinos que fizeram deste país um lugar muito melhor que a estudante de direito Mayara Petruso, mas escolho lembrar a centena de milhares de anônimos que com seu trabalho edificaram o Brasil. Preconceito não é opinião, é ódio racionalizado. A seção Pernambuco da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE) ingressa hoje, na Justiça de São Paulo, com representação criminal contra a onda de agressões aos nordestinos divulgada por meio do Twitter após a eleição de Dilma Rousseff.

A estudante de Direito Mayara Petruso escreve em português débil, talvez por não ter lido José de Alencar, Jorge Amado e Castro Alves suficiente para aprender a nossa linda flor do Lácio.

Lembrando: a internet é um espaço público.
Lembrando 2: ódio a grupos sociais é demonstratação de falência como humano. Falência mental, inclusive.
A humanidade precisa, sempre, recordar que a grande civilização, que considera o outro uma anomalia, é sempre, ela mesma uma anomia. Não existe pior momento mora, como esceveu Todorov, do que aquele que considera entre eu e outro a sobreposição de bem e mal.
Não é simples, Mayara, não basta pedir desculpas. Não se resolve uma avalanche de pedras desta forma.
Espero, sinceramente, que você seja condenada. A paz é fruto da justiça.
Acompanhe notícias a respeito do caso em http://www.google.com/search?q=mayara+petruso&hl=pt-BR&client=gmail&rls=gm&prmd=nlo&source=univ&tbs=nws:1&tbo=u&ei=lI3RTLr5C4L_8Aa3g4CODA&sa=X&oi=news_group&ct=title&resnum=1&ved=0CCEQqAIwAA