domingo, 30 de setembro de 2012


Os neonazis atacam novamente. Em 1972.

  
Matéria publicada na revista Der Spiegel (Munich Olympics Massacre: Files Reveal Neo-Nazis Helped Palestinian Terrorists, na Spiegel International, 18/06/2012), com intensa repercussão na mídia alemã, trouxe novas revelações em torno do ataque terrorista da organização Setembro Negro contra a delegação israelense durante os Jogos Olímpicos de Munique, em 1972.
Até então se acreditava - ainda que sem provas, só com base em afirmações vagas - que organizações alemãs de esquerda, como a RAF - Rote Armee Fraktion, também conhecida como "Grupo Baader-Meinhoff" - tinham se envolvido na ajuda aos 8 terroristas palestinos que sequestraram nove atletas e treinadores da delegação israelense na Vila Olímpica em 5/6 de setembro daquele ano. Dois outros membros da delegação foram mortos no começo do assalto.
Os outros nove foram mortos, com 5 de seus sequestradores, numa desastrada operação das Forças Armadas e dos Serviços Secretos da Alemanha para resgatar os sequestrados num aeroporto militar, quando o grupo se preparava para abordar um avião que os levaria para o Oriente Médio. Os atacantes palestinos haviam exigido a libertação de 234 prisioneiros em Israel e também de membros da RAF presos na Alemanha. Esta inclusão da RAF na lista de troca foi uma das bases para se acreditar que o grupo estivera envolvido no atentado. Houve também declarações públicas de membros da RAF, ou em "off" sobre esse envolvimento, mas havia nisto apenas blefe, hoje ficoucomprovado.
Documentos hoje obtidos pela revista alemã, dos Serviços Secretos (Bundesamt für Verfassungsschutz e Bundesnachrichtendienst), em mais de 2000 páginas, mostram que já desde outubro de 1972 essas agências tinham conhecimento de que não houvera qualquer envolvimento da RAF ou de qualquer outro grupo alemão de esquerda na tragédia de 5/6 de setembro.
Na verdade, foram dois membros de uma célula neonazi, Wolfgang Abramovski e Willi Pohl, que ajudaram os palestinos, providenciando transporte (certamente) armas (talvez, mas Pohl nega) e documentos falsos (provavelmente). Willi Pohl, hoje um escritor de novelas e roteiros policiais para a TV, deu, inclusive, uma entrevista para a revista diante das evidências.
Pohl, que hoje, segundo a revista, não tem mais qualquer envolvimento com terrorismo ou neonazismo, mantinha contato estreito com Abu Daoud, o idealizador da operação em Munique. Foi ele que colocou-o em contato comAbramovski, que era conhecido falsificador profissional de documentos.
Quando a operação redundou no massacre, Pohl, que estava em Viena, fugiu para o Oriente Médio, ficando em contato com Abu Iyad, chefe do Serviço de Inteligência da OLP. Daí retornou à Alemanha, contrabandeando armas via Madri e Paris, para a execução de um plano de libertação dos três palestinos que sobreviveram ao desastre de 6 de setembro, envolvendo novos sequestros e manifestos em pelo menos tr6es cidades alemãs. Nesse momento, em outubro, ele e Abramovski foram presos pelo Serviço Sequestro alemão, de posse de considerável arsenal de armas e panfletos e pelo menos uma carta de ameaça ao juiz que estava dirigindo a investigação dos três palestinos. 
Já neste ponto um dossiê do BfV para o Bnd comentava o envovimento dos neonazis e descartava a ligação comqualquer grupo de esquerda.
O destino posterior dos personagens envolvidos nesse trágico episódio também merece centemplação. Pohl e Abramovski tiveram um tratamento surpreendentemente brando pela justiça, apesar das evidências contra eles. Foram condenados apenas a meses de detenção por "posse ilegal de armas". Pohl saiu da prisão quatro dias depois de sua condenação. Os três palestinos sobreviventes do Setembro Negro (nome dado a um massacre de palestinos em campos de concentração na Jordânia) foram libertados depois do sequestro, pela mesma organização, de um avião da Lufthansa. Entretanto dois deles, pelo menos, foram mortos mais tarde, assim como quase  todos os demais suspeitos de envolvimento no planejamento do sequestro de Munique, em operações do Serviço Secreto israelense, o Mossad. O terceiro vive até hoje na clandestinidade.
O idealizador do sequestro, Abou Daoud, morreu em 2010 de causas naturais.
O Serviço Secreto alemão sabia da ligação entre ele e Pohl. Fica a pergunta: o massacre poderia ter sido evitado?

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Alemanha lança registro de neonazistas após assassinatos em série


Alemanha lança registro de neonazistas após assassinatos em série
19 de setembro de 2012  13h44  atualizado às 14h09


A Alemanha lançou nesta quarta-feira um registro central de neonazistas, estimulada pela revelação tardia de uma célula ultradireitista que assassinou imigrantes impunemente por todo o país durante anos.
O caso da autodenominada Clandestinidade Nacional-Socialista (NSU) "nos abriu os olhos e evidenciou a necessidade de adotarmos um registro capaz de armazenar os dados dos 36 batalhões policiais e serviços secretos que zelam pela segurança nacional", admitiu o ministro de Interior do país, Hans-Peter Friedrich. "Trata-se de traçar um panorama global juntando as peças de um mosaico", disse o ministro, que quer impedir que se repita o que a chanceler Angela Merkel qualificou de "vergonha para a Alemanha".
Ou seja, o governo alemão que evitar casos como o assassinato em série de nove imigrantes, todos eles com a mesma pistola. O novo registro central, inaugurado nesta quarta pelo ministro e que terá sede em Berlim, armazenará dados como o movimento de contas bancárias, ligações telefônicas e acesso à internet por parte dos suspeitos e neonazistas fichados. Além disso, também será obrigatório o registro de atas policiais.
Os batalhões policiais, assim como os serviços secretos, ficam obrigados a fornecer todos os dados à central, caracterizando uma mudança substancial, já que até agora a transferência era feita segundo critérios das chefias locais. Com isso, será articulado um registro similar ao criado em 2007 para canalizar todas as informações relativas ao radicalismo islâmico, após reconhecer na extrema-direita um perigo terrorista que até agora a Alemanha não tinha conhecimento.
O Ministério do Interior calcula que entre os 25 mil ultradireitistas no país há cerca de 9.500 neonazistas fichados como violentos. Segundo as estatísticas de 2011, eles praticaram 16.142 delitos, sendo 755 considerados violentos.
As duas maiores forças ultradireitistas do país - o Partido Nacional Democrático (NPD) e a União do Povo Alemão (DVU) -, possuem cadeiras em dois parlamentos regionais, somando 15 mil militantes, enquanto o resto se reparte em 200 formações menores.
O grande desafio para as forças de segurança é a enorme diversificação do neonazismo em grupos locais, assim como os Nacionalistas Autônomos. A estratégia da polícia em criar um registro centralizado aconteceu depois que, quase por acaso, foram revelados os assassinatos em série pela NSU.
A existência do grupo constava nos arquivos da Alemanha Saxônia desde o fim dos anos 90, mas a polícia nunca tinha ido atrás de seus integrantes, Uwe Böhnard, Uwe Mundlos e Beate Zschäpe. O trio foi responsável pelo assassinato dos nove imigrantes - oito pequenos comerciantes turcos e um grego - que foi revelado em novembro de 2011, por conta dos suicídios de Böhnard e Mundlos, de 34 e 38 anos respectivamente. Os neonazistas se mataram depois que a polícia perseguiu o motorhome onde eles fugiam depois de terem assaltado um banco.
Beate, de 36 anos e suposta companheira dos dois, se entregou imediatamente depois. Desde então, está na prisão, mas o teor dos interrogatórios aos quais foi submetida ainda é desconhecido.
O trio se financiou durante todo esse tempo roubando bancos e cometendo atentados. O último assassinato cometido pelo grupo foi contra um agente policial, em 2007.
Os erros por parte do governo alemão começaram quando os dados dos assassinatos não foram cruzados e, portanto, os investigadores não repararam que as mortes tinham acontecido pela mesma arma. Mais comprometedoras ainda foram as revelações posteriores ao duplo suicídio e às detenções de 13 supostos cúmplices, já que pelo menos um deles era confidente policial.
O próprio Mundlos, de acordo com revelações na semana passada, foi chamado pelo Serviço de Proteção Militar (MAD) para atuar como infiltrado enquanto cumpria o serviço militar. A este acúmulo de erros ainda é somada a destruição de, pelo menos, sete atas sobre os neonazistas por parte do Escritório Federal de Proteção da Constituição (VS).
Os deslizes, os erros e a conivência em torno da NSU custaram o posto do chefe do VS, Heinz Fromm, e de seu colega da polícia federal, Matthias Seeger, ambos aposentados prematuramente.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

França premia antropólogo especialista em índios da Amazônia


França premia antropólogo especialista em índios da Amazônia
18 de setembro de 2012  17h38  atualizado às 19h27

O antropólogo francês Philippe Descola, especialista nos povos indígenas da Amazônia, em particular nos Achuar do Equador, foi recompensado com a medalha de Ouro do Centro Nacional de Pesquisas Científicas francês (CNRS), uma das mais respeitadas distinções científicas do país, informou a instituição esta terça-feira. Professor do Collège de France desde o ano 2000 na cátedra de Antropologia da Natureza, Descola, 63 anos, é especializado na "relação estabelecida pelas sociedades humanas com a natureza", informou a CNRS em comunicado.
Após vários anos de pesquisas etnográficas entre os nativos Achuar, com os quais estudou "como os povos identificam os seres da natureza e os tipos de relações que mantêm entre eles", Descola estendeu sua reflexão a outras sociedades, indicou o documento. "Superando a oposição entre natureza e cultura, Descola redefiniu a dialética estruturando nossa relação com o mundo e os seres", acrescentou o CNRS.
Descola agora chefia o Laboratório de Antropologia Social, fundado em 1960 por Claude Lévi-Strauss, que foi seu professor. Desde que foi criada, em 1954, a medalha de ouro do CNRS distingue a cada ano o conjunto de trabalhos de uma personalidade científica "que contribuiu de forma excepcional para o dinamismo e a reputação internacional da pesquisa francesa".

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Desde quando Valério é modelo de honestidade?


      

A matéria da Veja de domingo último, parece um dos últimos suspiros de um jornalismos cínicos e com cheiro de formol e arsênico numa tentativa vã de dar credibilidade a um senhor que manipulaVA  desde o governo FHC, bom que se lembre, o fluxo dos capitais na dita república. O denominado valerioduto não deve esse nome exatamente por causa da honradez, seriedade, confiabilidade e fé pública do sujeito. Se há algo que o governo petista fez com maestria foi expor, com dignidade, na própria carne, inclusive, se é que é verdade toda esta impresamensaleira, os esquemas do publicitário Marcos Valério. Agora, o senhor, numa crise de esquizofrenia, que merece páginas psiquiátricas... ele ouve vozes e é ameaçado por Lula, diz ter gravações, feitas por jornalistas. Provavelmente, da imprensa golpista, da globo que apresentou pastas vazias diante de Collor de Mello,olhe link aqui, criação do Boni, para garantir que o ídolo dos marajás e depois confiscador da poupança e dos cofres públicos ganhasse uma eleição sob fortes efeitos midiáticos. Da imprensa brasileira espero, apenas, a concretização da profecia:
Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer) 


Ela supera qualquer no quesito sordidez, excluindo-se poucas pessoas de caráter. E ainda tem coragem de afirmar que não formam opiniões. O pior é que estão certos. Não formam. Deformam. Formam um público tão vil quanto ela.

No mesmo exemplar atacam Obama, querem definir inclusive a eleição dos EUA, megalomaníacos que são, discutem novela, oioioi...
Sofrem do mesmo mal de Valério, uma esquizofrenia total. Valei-nos Deleuze, para dar conta de um veículo de comunicação tão a serviço de uma elite que odeia que a pobreza tenha quase desaparecido do Brasil, que nosso crescimento econômico seja invejável mesmo em tempos de crise mundial, e que nosso querido ex-presidente tenha recebido os maiores prêmios de doutorado do mundo, pelas maiores universidades. É uma imprensa doente. Hospício nelas. 

Ou, melhor, democracia nas comunicações... Brasil, que te quero livre. Lula, que te quere sempre!

MPF abre inquérito civil sobre livro que incita ódio aos homossexuais



Fiz um laudo antropológico sobre este livro de ódio. Foi acolhido. Chega de ódio. EXCELENTE NOTÍCIA!

Palavras de Julian Rodrigues: ESSE LIVRO É UM MEIN KAMPF. ESTÁ PARA OS LGBT COMO LIVRO DE HITLER ESTAVA PARA OS JUDEUS.
ESSE LIVRO TRAZ PARA O BRASIL AS ESTRATÉGIAS DO TEA PARTY, DA EXTREMA DIREITA EVANGÉLICA DO PARTIDO REPUBLICANO, DAQUELES PASTORES FANÁTICOS. ASSOCIA LGBTs ÁS DOENÇAS, A UM ESTILO DE VIDA DOENTIO. PROPAGA A IDEIA DE HOMOSSEXUAIS QUEREM DESTRUIR A CIVILIZAÇÃO. E QUE NÓS TEMOS UM PLANO PARA DOMINAR AS ESCOLAS E A MÍDIA.
OU SEJA: SÓ INCITA O ÓDIO.
GRANDE VITÓRIA. OBRIGADO A TODAS QUE NOS AJUDARAM ATÉ AQUI, EM ESPECIAL A ADRIANA DIAS, QUE FEZ UM LAUDO ANTROPOLÓGICO, COMO TAMBÉM AOS NOSSOS ADVOGADOS (PAULO, TIAGO, ALEXANDRE)  E AO LEANDRO COLLING QUE FEZ PARECER PRO CNCD.
VAMOS PRA CIMA DELES.
abs
Julian Rodrigues
Julian, eu diria que é tb um protocolo do Sábios do Arco-íris. Um livro falso, do começo ao fim. Que visa apenas odiar. Bjs
Livro “A Estratégia – O plano dos homossexuais para transformar a sociedade” é vendido por R$ 28,00./Foto: Reprodução
O Ministério Público Federal solicitou inquérito civil público sobre o livro “A Estratégia – O plano dos homossexuais para transformar a sociedade”, de autoria do Reverendo Louis P. Sheldon. O parecer do procurador da República Sergio Gardenghi Suiama acata pedido da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) que alega que a obra “perpetra uma inegável incitação ao ódio, ao preconceito e à discriminação com os homossexuais”.
No ofício, a entidade cita especificamente trechos do livro nos quais constam as afirmações: “Os promotores da estratégia, do plano homossexual, são pessoas cheias de ressentimento e ódio, misturados com autorrejeição e vergonha, e não desistirão até que tenham erradicado cada traço de moralidade e autocontenção” e “O problema não é simplesmente o tipo de sexo preferido pelos homossexuais, mas o estilo de vida que abraçam. Doenças, infecções, vícios em drogas e álcool, e ferimentos são comuns. Além disso, a evidência de disfunções sociais e emocionais é igualmente aterrorizante”.
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão considerou cabível análise do material com vistas à tutela coletiva dos direitos fundamentais à honra e à dignidade das pessoas homossexuais. O MPF pediu ainda que a publicação de resposta coletiva dos homossexuais proporcional ao agravo encartada no próprio livro ou em jornal de grande circulação e indenização decorrente do dano moral causado à coletividade.
O livro foi lançado em março deste ano e trata-se, segundo a editora, de uma publicação de 288 páginas de análise de 33 anos do escritor sobre o tema.