sexta-feira, 23 de outubro de 2009

News Corp. vê espaço para conteúdos gratuitos e desafios em redes sociais

Jonathan Miller é o CEO de mídias digitais da News Corp., um dos maiores grupos de mídia do mundo, e o mais crítico conglomerado de comunicações em relação às mudanças que a realidade digital está impondo ao mercado de conteúdos. Ao falar nesta quinta, 22, durante o Web 2.0 Summit, que acontece em São Francisco, ele reforçou a percepção geral de que o próximo grande desafio da indústria de Internet é evoluir as plataformas de busca para o ambiente complexo e dinâmico das grandes redes sociais como Twitter e Facebook. Miller não deixou de repetir as preocupações que o presidente do grupo, Rupert Murdoch, já manifestou sobre conteúdos gratuitos. "Acreditamos que conteúdos de alto valor devem ser remunerados, mas há espaço para conteúdos gratuitos", disse, referindo-se a esses conteúdos básicos como commodities.

O problema, aparentemente, é para conteúdos que estão no meio do caminho, onde o modelo de negócio é mais complicado. De qualquer maneira, Miller destacou as duas apostas do grupo: conteúdos em tempo real e móveis. "A News Corp está muito focada em realtime e em mobile, como informações para negócios. Está muito claro, olhando o resto do mundo, que a Internet móvel é o futuro. Se formos atrás disso, estaremos no caminho certo".

A maior aposta da News Corp no mundo da Internet foi o site de relacionamento MySpace, que nos últimos anos perdeu muito espaço para outras redes sociais como Twitter e Facebook. "Nesse mercado, se você fica parado, perde espaço. Foi o que aconteceu com o MySpace. O que estamos fazendo é estancar a queda e olhar para a essência do serviço, que é a música". A visão corrobora o que já havia sido anunciado por Owen Van Natta, presidente do serviço, no mesmo evento: transformar o MySpace na próxima plataforma de distribuição de conteúdos digitais, competindo, assim, diretamente com Amazon e Apple (iTunes), que já dominam esse mercado.

A forma como a News Corp. vai colocar o MySpace nesse mercado não está muito clara, mas passa, certamente, pelo uso da rede social construída ao longo dos anos, o que seus concorrentes não têm.
Samuel Possebon, de São Francisco

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