quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Notas para etnografias da deficiência

Notas para etnografias da deficiência
Como relembrou Carol Poore, embora a questão da deficiência esteja sempre presente na história humana, é apenas nas últimas décadas que as pessoas com deficiência (física, sensorial, mental ,cognitiva ou múltipla) passam a se entenderem e a se narrarem como um grupo de minoria. 
Este foi, segundo a autora, um passo essencial para rejeitar a exclusão, a discriminação e a “piedade”, e para garantir a luta de seus direitos civis em todos os aspectos da vida. 
Poore aponta o surgimento, nas áreas de humanidades e as ciências sociais de muitos países de um movimento político, permitindo o desenvolvimento de um novo campo de estudos: os Estudos a respeito da Deficiência (Disability Studies). É importante salientar que os Disability Studies originaram a fundamental mudança de foco no trato do tema da Deficiência; distanciando-se de uma definição estritamente médica para ela. 
A nova proposta é apreender os sentidos da categoria deficiência em sua relações históricas e sociais. Para a autora, a categoria deficiência permite, ainda, novos insights sobre a história e função dos conceitos de normalidade. Esta forma de problematizar a questão permite que a deficiência torne-se uma categoria para ser estudada de forma semelhanteàs outras categorias tais como raça/etnia, classe, gênero e orientação sexual, dentre outras[1].. 


[1] Cf. Sharon Snyder et al., eds., Disability Studies: Enabling the Humanities (New  York: Modem Language Association, 2002);  Rosemarie Garland Thomson, Extraordinary Bodies: Figuring Physical Disability in American Culture and Literature (New York: Columbia, 1997); David Mitchell & Sharon Snyder, Narrative Prosthesis: Disability and the Dependencies of Discourse (Ann Arbor: U of Michigan P, 2000); Gary L. Albrecht et al., eds., Handbook ofDisability Studies (London: Sage, 2001)

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