quinta-feira, 15 de março de 2007

do Edda...

Estive assim, dependurado de cabeça pra baixo naquela árvore sem princípio nem fim. Ali onde o vento açoita e assobia, enlouquecendo almas. Durante nove noites, negras e tenebrosas, ferido por minha espada, derramei meu cálice de sangue por Odin, oferecendo-me como uma oferenda única.
Amarrado e ferido, fiquei olhando raízes. Raízes que se perdem nas profundezas da Terra, afundam no seio da Mãe e com ela se fundem. Ninguém de comer me deu, nem de beber, nenhum conforto. Comtemplei o mais fundo abismo, onde o purgatório termina e começa o inferno.
Então vi!!!.... Estavam ali flutuando no ar, como frutos, como sementes da Árvore da Vida. Agarrei essas sementes marcadas com símbolos desconhecidos e as comi. Esperei a Morte amiga trazer consolo. Mas em vez disso, as pedras falaram comigo. Revelaram segredos do Antes, do Agora, do Dia longínqüo, ainda por vir... Quanta sabedoria emanava dali!
Saltando de pedra em pedra, conheci a Árvore do Mundo nas runas de Odín no Yggdrasil.

Isabel Aguirre Escreveu esse conto baseando-se na tradução para o castelhano do norueguês antigo de Las Edda en verso (c.1200 dC).

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