A primeira questão com a qual me deparei na etnografia do virtual foi a dificuldade de tecer "limites": se há por um lado, uma "cultura digital", ou seja, "um conjunto etnográfico que, do ponto de vista da pesquisa, apresenta, com relação a outros, afastamentos significativos" (LEVI-STRAUSS: 1976), há por outro lado, o fato de que a digitalização é um artefato cultural. Assumir a Internet como produto tecnológico, artefato cultural capaz de gerar e gerir outros artefatos culturais, como o discurso racista analisado no presente texto, e ao mesmo tempo de emoldurar uma linguagem e um sistema de relações específico, implica, um pouco mais que dar conta da dupla dimensão do ciberespaço: simultaneamente cultura e como artefato cultural.
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