
- Nestes cemitérios gerais
os mortos não mostram surpresa
- A morte para eles
Foi coisa rotineira.
- Nenhum tem o ar de ter morrido
em instantâneo ou guilhotina.
- Porém de um sono lento
que adorme, não fulmina.
- Em nenhum deles há as posturas
desses que morrem sob protesto.
- É sempre a mesma pose
sem nenhum grito, gesto.
- Entre eles gestos de eloqüência
não se vêem nunca, quando a morte.
- Todos morrem em prosa,
como foram, ou dormem
um poema de João Cabral de Melo Neto
Nenhum comentário:
Postar um comentário