sexta-feira, 17 de abril de 2009

Movimento de extrema-direita pode estar crescendo nos EUA

Movimento de extrema-direita pode estar crescendo nos EUA
Publicada em 15/04/2009 às 15h02mO Globo


RIO - Ativistas da extrema-direita americana podem estar se aproveitando do momento de recessão econômica e da eleição do primeiro presidente afro-americano nos Estados Unidos para recrutar novos membros, aponta um relatório elaborado pelo Departamento de Segurança Interna americano em coordenação com o FBI, a polícia federal americana. O estudo, publicado no último dia 7, compara a fase atual aos anos 90, quando a extrema-direita ressurgiu "alimentada por uma recessão econômica, críticas à perda de postos de trabalho para outros países e a notável ameaça ao poder e soberania americanos por forças estrangeiras", segundo a CNN.


Apesar de o documento afirmar não ter informação sobre possíveis atos de violência planejados por terroristas da extrema-direita, ele alerta para a possibilidade de problemas como o desemprego e a oferta limitada de crédito "criarem um ambiente favorável ao recrutamento de ativistas de extrema-direita e até resultarem em confrontos entre os grupos e autoridades governamentais". Eleição de Obama pode se refletir em crescimento de grupos extremistas
A eleição de Barack Obama para a presidência dos EUA é tratada no relatório como uma ferramenta-chave para o recrutamento de novos membros de grupos de extrema-direita. "Muitos extremistas de direita são antagônicos em relação à nova administração do país e sua posição em relação a diversas questões como imigração e cidadania, a expansão de programas sociais para alcançar as minorias e restrições à compra e uso de armas de fogo".


O relatório acrescenta que por duas vezes durante a corrida presidencial de 2008 "extremistas pareciam estar nas etapas iniciais de planos contra o candidato democrata", mas foram interrompidos.


A proposta de restrições a armas é citada como outro fator que pode fazer com que os grupos de extrema-direita conquistem novos adeptos e que até mesmo consigam recrutar veteranos.
O anti-semitismo também é abordado no relatório, que diz que alguns grupos atribuem a culpa da perda de empregos nos Estados Unidos e a crise das hipotecas à uma "conspiração deliberada conduzida pelas elites financeiras judaicas", como uma tentativa de recrutar novos membros.
O relatório diz ainda que "lobos solitários e pequenas células terroristas" são os que representam a maior ameaça terrorista para o país - um perfil discreto faz com que seja mais difícil de intervir.


Um funcionário do Departamento de Segurança Interna explicou que a publicação não representa uma tentativa de reprimir a liberdade de expressão. "Não há ligação entre extremistas serem citados no relatório e analistas políticos conservadores, ativistas, eleitores", disse.


Mas a explicação não convenceu o apresentador de rádio Roger Hedgecock, que disse que se o relatório tivesse sido elaborado pela administração Bush, a repercussão seria diferente.
- Se o governo Bush tivesse feito isso (um relatório) sobre os extremistas da esquerda, a imprensa trataria diferente.


Em janeiro, a administração Obama lançou um primeiro alerta, sobre os extremistas da esquerda. Ambos os relatórios começaram a ser elaborados durante a gestão do ex-presidente George W. Bush.

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