segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Nem todo nu é libertário



Adriana Dias, com colaboração de Marcelo Higa



            Nem tudo que reluz é ouro, dizia nossas avós. Nem todo nu é libertário, aprendam suas netas. Em outras épocas e grupos sociais, a nudez teve significados simbólicos distintos, em algumas o nudismo foi associado a movimentos ideológicos fortemente totalitários. O nu também pode ser fetiche e mercadoria.
            Mas, o nu, numa sociedade tão complexa quanto a nossa, em que Fernanda Lima denuncia com seu programa global o quanto sexualidade ainda é tão tabu, em que plásticas financiadas em 24x no cartão de crédito apontam a possibilidade de comprar o corpo para caber no vestido que desejamos, ou imaginamos que outros desejariam (o corpo e/ou o vestido, visto que nos alimentarmos de sermos máquinas desejantes e invejáveis...) ah, o nu, o nu continua a provocar tensões: expulsa perfis de facebook (a maior calamidade social dos novos tempos), garante quinze segundos de fama, ou dezoito, o nu opera milagres, quase anda sobre as águas.
            Nos anos 20 e 30 do século passado, o finado, o nudismo, foi, em algumas sociedades europeias, (porque em terras tupiniquins o chique era andar vestido, ora essa!!! ) associado ideologicamente a uma recuperação dos estragos ocasionados pela industrialização, para a restauração da vida em harmonia com a natureza. Obviamente, isto não podia acontecer aqui, que nem industrialização tínhamos, capitalismo tardio que vivemos e atrasou toda a nossa história!
            A ideia era criar uma certa imitação, um mimetismo, Deleuze diria um simulacro da era clássica, da Polis, com seu belo culto rarefeito da beleza, dado pela Polis da antiguidade grega clássica. Isso contagiou o pensamento artístico da Alemanha no período entre guerras. É importante entender que os retratos nus da época, assim como as esculturas, demonstram uma ligação, um amálgama simbólico entre o corpo e o corpo político[1]. Os vários ramos do Movimento da Juventude Alemã expressara  seus anseios, tanto para a liderança carismática e uma reconciliação forte com a natureza, de forma evidente neste época.
            É certo que o culto à nudez e a forma específica de estética por ele preconizada, e do pensamento organicista foram dois fatores que fizeram de Hitler um líder para os jovens: o líder nazista apareceu para dar conta destes anseios: idealizou o estado com uma forma diversa da coletividade pressuposta (como na URSS), ou da associação contratual dos indivíduos (como no capitalismo liberal), mas, antes, decidiu que a força estatal seria um organismo “saudável”, que estimularia o que ele defendia como a “recuperação de valores supostamente tradicionais” que a civilização moderna tinham destruído: os laços de parentes e amigos, definidos apenas pela pureza da relação de sangue racial, a unidade do povo racialmente idênticos, o enobrecimento de ricos e pobres em membros da melhor raça, a camaradagem do grupo tribal, regional ou militar a serviço de seu líder e sua nação, as guerras seriam resultado de uma concepção da vida como uma luta entre raças diferentes competindo uma contra a outra para a expansão e dominação. O nu entrava como aparelho ideológico para definir uma proposta para as massas: uma proposta estética, que lembrasse a elas como o arianismo respondia pelo “belo”, pelo natural: todo discurso de volta à natureza também pode ser totalitário também, depende de quem o orquestra, e de sua intencionalidade.
            Um exemplo de um desses ideólogos, o artista Adolf Wamper (1901-1977), presente na exposição organizada por Hitler a respeito da arte genuinamente alemã, Haus der Deutschen Kunst, defendia em suas obras a figura humana nua, vitoriosa do nacional socialismo. Os contornos quadrados demonstram um totalitarismo e um forte vínculo com o poder, e a figura é muito mais um pastiche do que um retorno ao clássico, porque adiciona elementos nórdicos e de controle, à cultura grega, hedonista e leve em sua essência[2]. A obra mais conhecida de Wampler, ilustra bem a discussão:


Figura1
Genius da Vitória

            Com o mesmo nome de uma escultura belíssima de Michelangelo, a obra não traz do Mestre nada além do nome. Notem as formas quadradas, a desproporção, o corpo postado numa forma de suástica estilizada, a espada e a águia mirando o Ocidente, o inimigo, e o olhar o Oriente, a estátua deseja dominar o mundo. Não passa de um pastiche estético e ideológico.
            Como neste exemplo, os modelos da Antiguidade e da Renascença eram  adaptados e forjados a este pastiche ideológico para servir às necessidades da Alemanha nacional-socialista. Para isto, houve apoio logístico e financeiro da elite política  que desenvolveu mecenato para vários escultores alemães. A ideia era se comparar a um passado grandioso como o de Praxíteles ou Fídias da Grécia antiga, ou as esculturas de Michelangelo durante o Renascimento, mas sua arte, nunca chegou perto disso, quando expressou algum talento. As obras revelam um totalitarismo e um serviço ideológico que visava criar concepções nas massas a favor da eugenia, da esterilização e morte em massa das pessoas com deficiência, da segregação e posterior eliminação dos não arianos.
            A nudez no nacional nacionalismo, usada de modo frequente tanto em edifícios de representação e nas ilustrações, permaneceu em uso mesmo com o esforço do partido para apresentar-se como o partido da respeitabilidade. Ainda que proibissem a pornografia e nudismo pouco depois de chegar ao poder, para ganhar o respeito dos evangélicos, os nazistas exploraram fortemente o símbolos da natureza em seus livros, apresentando os homens arianos como guerreiros nus fortes e invencíveis e as mulheres arianas como jovens ninfas em contato com a natureza.
            Isto  se adequava perfeitamente aos movimentos sociais que nasciam na Europa, em especial na Alemanha dos anos 20, em que cientistas e pseudo-cientistas, charlatões e leigos se voltavam para o corpo como um reflexo de seus próprios problemas sociais e buscando nele uma resposta utópica em sua busca por perfeccionismo, controle e um mundo ideal. O corpo parecia ser a única via de saída para uma saída absolutamente marcada pelo desalento: se defendiam modelos de vida: alguns apontavam alguns exercícios simplesmente, um estilo de vida saudável e uma dieta equilibrada como uma forma de melhorar o corpo, a vida, o mundo. Muitos, porém, se volveram para o vegetarianismo, o nudismo, a musculação, a eugenia e  as curas alternativas em seus empenhos para aprimorar e aperfeiçoar o funcionamento da arquitetura e interior do corpo humano. Qualquer semelhança com o que vivemos hoje, mera coincidência???
            Hitler, ele mesmo era vegetariano, e grande defensor de um estilo de vida estético natural. Um aspecto da campanha pela "autenticidade" e "anti-artificialidade" na Alemanha nazista incluía um debate sobre a nudez "adequada" e nudez "digna". Sob os auspícios da SS, se publicou uma série de ensaios fotográficos, que receberam o título de "|Bela e pura." O prefácio da série incluía uma citação de Hitler Mein Kampf :
     "A vida pública deve ser liberado a partir do perfume sufocante de nosso erotismo moderno, bem como de toda a desonestidade puritana não masculina, em todas estas coisas, o objetivo e os meios devem. ser definido pela preocupação com a preservação da saúde no corpo e na alma de nosso Volk . "

A declaração hitlerista, no livro, foi ilustrada com fotografias de jovens, supostamente puras (em vez de virgens) em nus femininos posando em espaços "naturais", atoladas em uma lagoa ou meio à grama alta que beiravam a água, como ninfas.

O livro visava comparar as jovens “belas e puras” arianas, perfeitas em formas, às dançarinas e prostitutas, pois o nazismo associava a prostituição ao judaísmo, para eles seu autor. Tanto que as judias, por serem as autoras da prostituição eram muitas vezes estupradas nos campos, junto com as lésbicas, por soldados arianos, fatos que o movimento feminista só levantou na década de 70, tamanha a vergonha das vítimas. Daí vem o estupro corretivo dos sites horrendos... Claro que a prática já existia, mas o nazismo a  ampliou! Sobre a perseguição da comunidade LGBT do nefasto regime leia um ótimo artigo aqui.

O objetivo principal da nudez totalitária era incentivar as mulheres jovens para convencionar em si os ideais de beleza com um ideal de fertilidade, de acordo com a política de SS seleção racial e propagação. Esta foi redigida sob os termos "beleza natural" ou "beleza saudável". A beleza física era  um componente chave da ênfase da Alemanha nazista em esportes e de aptidão física.

Do mesmo escultor de Genius da Vitória, Adolf Wamper, quatro estátuas serviram para ilustrar o ideal de feminino na Alemanha nazi: as quatro estações. Numa delas, a imagem feminina é adornada por flores, que lembram uma ninfa:

Figura2
Cyclus
Em xilogravuras da época, outro artista, Ernst von Dombrowski , reforça esta natureza ninfa nas camponesas:

Figura 3
Ernst von Dombrowski (1896-1985), Cenas de vida dos camponeses na Alemanha
            
             O interessante do momento contemporâneo é visualizar todos estes símbolos retornarem com força à cena. Não penas grupos neonazistas tomam a cena urbana, como as redes sociais e a WEB, como estas imagens femininas, nuas, ninfas e rígidas percorrem o país e entrevistas televisivas, enganado pessoas tão inteligentes como Marília Gabriela!
            A líder da FEMEM Brasil, Sara Winter, já vista mais de uma vez em shows de bandas neonazis, que traz uma Cruz de ferro nazista tatuada no peito, ( nem tente me convencer que não se trará disto, Mon Chéri, pelas cerejas estampadas por perto, porque pra mim elas são a cereja do topo do seu bolo simbólico totalitário!), que já disse admirar Hitler e Plínio Salgado e agora argumenta que foi uma fase, defende uma nudez estética, bela, e sem conteúdo feminista. Será que ninguém escreve sobre isso. Bem, escrevo eu.
            Antes disto, coloco aqui uma capa de revista nazi contemporânea, voltada para o público feminino, que fala contra a prostituição, o estupro, o abuso, o aborto...



Figura 4
Revista da WAU, Woman Arian Unity




E do facebook de Sara Winter, uma foto quase esculpida por Wamper, o grande ideólogo das artes nazistas:

            

Notem a mesma postura de Ciclus do escultor nazista, as flores (símbolo da FEMEM da Ucrânia) e perolas da xilografura das camponesas alemãs, e as cerejas são os frutos da cruz gramada. Só espero que Winter não seja uma referência às Quatro estações... ou uma referência à famosa nazista inglesa... Sarah Winter... veja a história dela aqui...  Nome real: Sara Fernanda Giromini Ok, ela pode dizer que ela se arrependeu. Que isto pertence ao passado dela e todos temos o direito de errar. Mas, quando nossos erros apontam para o que a humanidade tem de mais vergonhoso em sua história, Sara Winter, não lideramos um grupo. Não aprendemos enquanto contaminamos a pessoas com símbolos nazistas. Deixamos para alguém mais capaz, mais brasileiro, quem sabe uma negra feminista, que tenha lido, na adolescência, ao invés de Mein Kampf, Casa Grande e Senzala, no mínimo! Enquanto isso você se desintoxica e aprende!







Figura 5
Sara Winter


Update:
Num excelente comentário, 
 Ti Carioca disse...
Gostei do seu texto, mas faço três ressalvas:
Casa Grande & Senzala, apesar de um grande livro, em minha opinião, é racista!
Outra coisa: você citou o programa da Fernanda Lima! Bom, acho aquilo lá pura um típico "falso discurso libertário".
Sexo, tabu? Não mesmo!

Eu respondo:
Exatamente, Casa grande é o nosso livro racista, não o que a loira do FEMEM leu... e uma mulher feminista poderia fazer uma grande crítica dele, né??? Mas, tem q ler, né, como tem que ler Viva o povo brasileiro, Raízes do Brasil, O segundo Sexo, De Mariazinha a Maria, A Questão gay, E um monte de gente... bjs

Pelo menos poderia criticar o Demóstenes (ex, mas sempre DEMO) e seu estrupo consensual!!!!!!!

Sim, e Fernanda Lima foi uma das muita ironias minhas. Achem as outras...

Leiam tb http://femenputecidxs.wordpress.com/2012/09/25/dossie-femen/

Leia mais sobre o FEMEM e a perseguição xenofóbica em http://descontroles.wordpress.com/2012/08/21/coincidencias-de-um-feminismo-importado/
http://www.tumblr.com/tagged/sara-winter?before=1345082660

Postagem encontrada no GOOGLE: 

Esse texto foi postado pelo Coletivo Rash de SP e representa nossa posição enquanto Coletivo Antifascista que não está (nem nunca esteve envolvido) com Sara Winter.
Posted on 15/08/2012 by RASH SÃO PAULO
Não conhecemos o Femen ucraniano o suficiente para falar muita coisa a respeito. O que sabemos do grupo nos veio através da mídia burguesa, que lhe da um espaço que outrxs ativistas do leste europeu, que nos parecem muito mais interessantes e subversivos, como as Pussy Riot ou xs Voina, jamais tiveram. Na verdade as ações das Femen sempre nos pareceram muito mais exibições de pornografia soft hétero mainstream que algo que realmente colocasse em risco a ditadura heterocapitalista. Ainda assim, reconhecemos que foi graças a suas ações durante a Eurocopa deste ano que a questão da exploração da prostituição nos megaeventos esportivos apareceu até no Jornal Nacional.
E foi nessa época dos protestos na Eurocopa que a mesma mídia burguesa noticiou com entusiasmo a participação de uma brasileira nas ações das Femen, com direito a reportagens no horário nobre de domingo. Desde o princípio surgiram rumores a respeito desta integrante brasileira, que se apresenta com o nome de Sara Winter: além de não ter vínculo algum com o feminismo ou qualquer outro movimento popular aqui no Brasil, ela teria um longo histórico de rolê com pilantras. Como esses rumores pareciam vir de grupos da subcultura reconhecidamente sectários e caluniadores, não demos muito crédito a eles, mesmo porque nos parecia absurdo que uma ativista feminista fosse uma fascista.
Recentemente, com o mesmo estardalhaço de costume, noticiou-se a criação do Femen Brazil (isso mesmo, com “z”), tendo como principal dirigente essa mesma Sara Winter. Desde então, ela tem concedido entrevistas a programas de TV como Marília Gabriela e Superpop – esse último conhecido por seus quadros extremamente sexistas.
Sara Winter também tem sido presença frequente em portais de notícias da velha mídia conservadora na internet e foi uma entrevista que concedeu a um desses portais, no caso o G1 das organizações Globo, onde afirmava manter contato com grupos antifascistas dentro das subculturas punk e skinhead, que fez com que nosso coletivo passasse a prestar mais atenção no Femen Brazil e em sua líder. Dias depois, através de um de seus perfis no Fachobook, Sara fez contato conosco, informando ser a representante do movimento Femen no Brasil e que gostaria de apoio, caso possível, para que participássemos e divulgássemos o protesto de 15 de agosto em frente ao consulado russo em São Paulo, em apoio às feministas do Pussy Riot.
Logo após esse contato, lemos na internet a notícia sobre uma mulher que protestou seminua “contra a pirataria” em uma livraria de São Paulo/SP, tendo o apoio de uma integrante do Femen Brazil. Essa ação fez com que começássemos a ter dúvidas sobre a clareza ideológica do grupo, e pensamos em pedir um esclarecimento a respeito, via Fachobook, a Sara Winter, mas antes mesmo que isso pudesse ocorrer, outras incoerências, bem mais graves, começaram a surgir…
Uma rápida pesquisa no gúgou nos leva à biografia de uma certa Sarah Winter, uma notória nazista inglesa morta em 1944. Seria uma coincidência o fato de Sara Fernanda Giromini (o nome “real” da “líder” do Femen Brazil) ter decidido se apresentar como Sara Winter? Através de umx amigx chegamos ao blogue pessoal de Sara, onde a mesma afirma pertencer à “direita nacionalista”… logo, a coincidência de nomes não parece ser tão “coincidência” assim. Ainda nesse mesmo blogue, lemos com surpresa uma postagem sobre a Marcha das Vadias (chamada por ela de “Marcha das Vagabundas”) datada de 04 de junho do ano passado, onde podemos ler pérolas como essa:
“A grande verdade é que tudo isso se trata de “ipobe”. Algumas meninas se sentiram ofendidas em Toronto e criaram essa porcaria, outras mulheres envolta do mundo que quiseram chamar a atenção de uma maneira promíscua, ou que simplesmente queriam se divertir, adoraram copiar, e como no  Brasil agora a moda é marcha polêmica, todo mundo adorou.”
A líder do Femen Brazil mantém, ainda, pelo menos dois perfis pessoais no fachobook, nos quais afirma ser admiradora do fascista-mor Plínio Salgado, além de contar com inúmeros ganguistas fascistas – carecas, principalmente – em suas listas de contatos. A lista de indícios de que Sara Winter não tem nada de feminista, sendo antes disso uma filofascista em busca de notoriedade, é bastante extensa para ser descrita em detalhes aqui, mas não podemos deixar de citar a cruz de ferro, condecoração alemã bastante popular entre neonazis de todos os cantos, que a nova star da mídia burguesa leva tatuada sobre o coração.
Diante das declarações de Sara Winter de que está estabelecendo contato com skinheads e punx antifascistas, queremos esclarecer que a RASH-SP não mantém nenhuma relação nem apoia as ações desta que se intitula “a representante do movimento Femen no Brasil” e nem do Femen Brazil, se este oficialmente existir. Sua confusão ideológica e sua vinculação com grupos de ódio vão contra toda a história da luta feminista e libertária, contra a luta feminista organizada, que combate diariamente o machismo que mata centenas de mulheres anualmente aqui no Brasil e que é, acima de tudo, antifascista.
Reafirmamos nossa solidariedade aos grupos e indivíduos feministas da cidade e do mundo, e, apesar das tentativas de infiltração de pessoas oportunistas e mal intencionadxs, a luta segue. Coincidentemente, grupos punx – estxs, sim, feministas e antifascistas – estavam organizando um ato contra a prisão das Pussy Riots para esta mesma quarta-feira, 15 de agosto, quando todxs fomos atropeladxs pela polêmica envolvendo a convocação da manifestação por Sara Winter e a revelação de suas conexões com gangues fascistas. A RASH-SP apoiaria incondicionalmente essa manifestação organizada por nossxs companheirxs punx, assim como apoiará a Marcha contra a Mídia Machista do próximo dia 25, que consideramos um tema bastante pertinente. A mídia burguesa estará sempre promovendo gente como Sara Winter ou o boy nazi Davi Vega, grandes aliadxs do poder na tarefa de desinformar a população em relação a temas como feminismo e o movimento skinhead.
16/08/2012 Em tempo: na noite de ontem Sara Winter publicou uma declaração no mural do Femen Brazil no fachobook, afirmando, entre outras coisas, que sua relação com os White Power ocorreu quando tinha entre 15 e 17 anos e se deu apenas via internet, que já não é mais fã de Plínio Salgado (“esqueceu-se” de apagar os vestígios de seu passado facho na rede, afirma… parece ter também se “esquecido” de mudar o pseudônimo…) e que não tem uma posição política definida e talvez nem seja necessário ter uma. Não temos como saber se ela realmente abandonou suas convicções nazis ou não, isso só o tempo irá dizer, mas, de qualquer forma, é gravíssimo que alguém que seja porta-voz e “vitrine” de um movimento com a visibilidade que tem o Femen venha a público afirmar que “não tem posição política”, demonstrando uma completa ignorância até mesmo do que é o feminismo. Nas subculturas de rua já nos acostumamos a ver gente envolvida com o ganguismo nazifascista afirmar-se “apolítica”, o que já é praticamente praxe entre os pilantras. De qualquer forma, mantemos nossa posição a respeito de Sara Winter e do Femen Brazil.




[1] Muitas informações históricas deste artigo tem como fonte o livro de Como escreveu W. Will van der, no artigo The Transition of German Culture to National Socialism Source: The Body and the Body Politics as Symptom and Metaphor in the Transition of German Culture to National Socialism (TAYLOR & WILL: 1990, p. 18)
[2] Agradeço em especial meu marido, o artista plástico Marcelo Higa pelos comentários a respeito da estética nazista. 

2 comentários:

Ti Carioca disse...

Gostei do seu texto, mas faço três ressalvas:
Casa Grande & Senzala, apesar de um grande livro, em minha opinião, é racista!
Outra coisa: você citou o programa da Fernanda Lima! Bom, acho aquilo lá pura um típico "falso discurso libertário".
Sexo, tabu? Não mesmo!

Adriana disse...

Update:
Num excelente comentário,
Ti Carioca disse...
Gostei do seu texto, mas faço três ressalvas:
Casa Grande & Senzala, apesar de um grande livro, em minha opinião, é racista!
Outra coisa: você citou o programa da Fernanda Lima! Bom, acho aquilo lá pura um típico "falso discurso libertário".
Sexo, tabu? Não mesmo!

Eu respondo:
Exatamente, Casa grande é o nosso livro racista, não o que a loira do FEMEM leu... e uma mulher feminista poderia fazer uma grande crítica dele, né???

Pelo menos poderia criticar o Demóstenes e seu estrupo consensual!!!!!!!

Sim, e Fernanda Lima foi uma das muita ironias minhas. Achem as outras...