segunda-feira, 18 de abril de 2011

David Lane - Como se faz um ariano

Na autobiografia do líder neonazista David lane, ele se vale da construção narrativa para organizar um discurso a respeito do "arianismo" tecido por comentários a fragmentados elementos de sua história de vida. Pensando a autobiografia dele, ficam cada vez mais compreensíveis as relações exploradas por Suely Kofes entre memória, experiência, produção do esquecimento, narrativa e etnografia:
Primeiramente, porque seria impossível me debruçar na sua narrativa biográfica sem a realização do trabalho de campo que desenvolvi anteriormente. Foi na etnografia e a partir dela que o que se pretende um "sujeito nazi" se delineou compreensível para mim.
Em segundo lugar, porque no texto de Lane, a memória, a elaboração desta particular e decisiva narrativa da experiência do se tornar "ariano", o jogo entre o que é lembrado e estrategicamente esquecido, revelam muito de como na esfera política esse mosaico é possível.
Finalmente, entendo esta auto-biografia como um verdadeiro roteiro de sua ideologia e uma agenda política.


Bem, para quem não sabe, este tema é o centro do meu Doutorado. Discursos, internet, narrativa, usos político, esquecimentos e memória, fazem parte. Voltando a Foucault!

sábado, 9 de abril de 2011

Direita e esquerda

Resumindo: a direita quer, no máximo, eliminar os pobres. A esquerda quer, no mínimo, eliminar a pobreza.
Adriana Dias

Reflexões no twitter a partir de Direita e Esquerda: Razões e Significados de uma Distinção Política, de Norberto Bobbio (Editora da UNESP, São Paulo, 1995).

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Charter of Human Rights and Principles for the Internet

Welcome to the dedicated website for the Charter of Human Rights and Principles for the Internet and related 10 Rights and Principles for Internet governance. Both of these initiatives have been developed by the Internet Rights and Principles Dynamic Coalition (IRP), an open network of individuals and organisations working to uphold human rights in the Internet environment.
You can use this site to download the 10 Internet Rights and Principles - a set of international standards that must be upheld in order to protect and advance human rights online. Use the flyer to raise awareness and push policy makers to make human rights a cornerstone of Internet governance.
You can also participate in the development of the Charter. This goes into more depth than the Principles, applying international human rights standards to the Internet and examining the roles that different stakeholders need to play to uphold them. We've already drafted a beta version of the Charter. We're now actively seeking your comments and contributions to make sure that we've covered all of the issues in the right way. You can use this site to comment on each article, as well as to make more general comments. Please do get involved - we all need to work together to build an Internet that is truly empowering and liberating for all of humankind.

Download translations.

10 INTERNET RIGHTS & PRINCIPLES

This document defines ten key rights and principles that must form the basis of Internet governance. They have been compiled by theInternet Rights and Principles Dynamic Coalition (IRP), an open network of individuals and organisations working to uphold human rights in the Internet environment. The principles are rooted in international human rights standards, and derive from the coalition's emerging Charter of Human Rights and Principles for the Internet.
The Internet offers unprecedented opportunities for the realisation of human rights, and plays an increasingly important role in our everyday lives. It is therefore essential that all actors, both public and private, respect and protect human rights on the Internet. Steps must also be taken to ensure that the Internet operates and evolves in ways that fulfil human rights to the greatest extent possible. To help realise this vision of a rights-based Internet environment, the 10 Rights and Principles are:

1) Universality and Equality

All humans are born free and equal in dignity and rights, which must be respected, protected and fulfilled in the online environment.

2) Rights and Social Justice

The Internet is a space for the promotion, protection and fulfilment of human rights and the advancement of social justice. Everyone has the duty to respect the human rights of all others in the online environment.

3) Accessibility

Everyone has an equal right to access and use a secure and open Internet.

4) Expression and Association

Everyone has the right to seek, receive, and impart information freely on the Internet without censorship or other interference. Everyone also has the right to associate freely through and on the Internet, for social, political, cultural or other purposes.

5) Privacy and Data Protection

Everyone has the right to privacy online. This includes freedom from surveillance, the right to use encryption, and the right to online anonymity. Everyone also has the right to data protection, including control over personal data collection, retention, processing, disposal and disclosure.

6) Life, Liberty and Security

The rights to life, liberty, and security must be respected, protected and fulfilled online. These rights must not be infringed upon, or used to infringe other rights, in the online environment.

7) Diversity

Cultural and linguistic diversity on the Internet must be promoted, and technical and policy innovation should be encouraged to facilitate plurality of expression.

8) Network Equality

Everyone shall have universal and open access to the Internet's content, free from discriminatory prioritisation, filtering or traffic control on commercial, political or other grounds.

9) Standards and Regulation

The Internet's architecture, communication systems, and document and data formats shall be based on open standards that ensure complete interoperability, inclusion and equal opportunity for all.

10) Governance

Human rights and social justice must form the legal and normative foundations upon which the Internet operates and is governed. This shall happen in a transparent and multilateral manner, based on principles of openness, inclusive participation and accountability.
Get involved with developing the IRP Charter at www.irpcharter.org, follow us at @netrightson Twitter or join the Internet Rights and Principles Facebook group.

Direto do Blog do Fórum da Liberdade


*Por Maurício Filippon
Tenho contato com acesso a internet no Brasil desde os tempos da antiga RNP (Rede Nacional de Pesquisa), através da rede da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), quando a internet ainda não era explorada comercialmente no País – isso já faz mais de quinze anos. Com o passar do tempo, a evolução e exploração da internet foi meteórica e absolutamente inacreditável: portais de informações, chats, redes de relacionamentos, mecanismos de busca instantânea, blogs, lojas on-line, cidades virtuais e mais tudo o que a imaginação permitiu foi feito nesse ambiente. E o que explica o porquê de tantas inovações, muitas delas revolucionárias, da qual dependemos hoje em dia para termos uma vida atualizada, facilitada e produtiva – inovações que foram criadas e estão à disposição de todos que possuem uma conexão e um microcomputador ou qualquer outro dispositivo que converse com a rede mundial de computadores? Bom, eu explico o motivo:
A internet é um meio livre, no qual a liberdade pode ser exercida em toda a sua essência: qualquer pessoa, dependendo unicamente de suas capacidades, pode criar o que bem imaginar e colocar, à disposição de todos, seja um blog, seja uma ferramenta de trabalho, utilizando recursos de imagens, áudio e vídeo. Não depende de mais nada. Sua criatividade pode ser exercida e colocada à disposição de todos, como seu criador julgar melhor.
Tal liberdade deixa qualquer governo incomodado, por mais liberal que seja. Acreditam que têm o direito e o dever de controlar o meio, para impedir o mau uso dele, pregando que se trata de uma ferramenta que pode ser nociva se mal utilizada – e é dever dele, governo, regular isso. Mas não é verdade. O fato é que existe receio por parte dos governos de que tal liberdade possa causar movimentos que desagradem aos governantes, principalmente no campo das ideias. É o que acontece com o controle de navegação em países como China e Cuba, por exemplo, onde o acesso ao conteúdo é extremamente restrito e monitorado.
Realmente, o poder de uma ferramenta como a internet é incalculável, tanto para o bem como para o mal. Jamais ela será totalmente voltada para benfeitorias enquanto seus usuários fizerem mau uso dela. Contudo, limitar acessos e controlá-la, ao meu ver, fica totalmente fora de questão. Faço aqui um paralelo com a condução de um veículo: quando mal utilizado, pode causar uma tragédia, seja acidental, seja propositada. Imagine se nossos veículos tivessem trajetória e velocidades pré-estabelecidas, as quais não pudéssemos alterar; veja o quanto estaríamos limitando uma ferramenta cujo maior atrativo e potencial é que cada usuário determine o seu melhor uso, em benefício próprio – e isso implica, obviamente, na responsabilidade em mesma magnitude que a utilidade que tal meio representa.
O que precisamos, na verdade, é de cada vez mais termos bons usuários para a internet, pessoas cada vez mais educadas e instruídas, base para o desenvolvimento de qualquer povo ou nação. Pessoas que produzam, que criem, que contribuam para o aumento do conhecimento global. Conforme a visão de Hayek, o verdadeiro conhecimento está pulverizado no mundo, e esse conhecimento jamais será concentrado em poucos. A internet é um reflexo disso: milhares e milhares de computadores, ligados entre si, de forma descentralizada, formam hoje o maior poder computacional do mundo. E além disso, a internet é o meio que julgo beirar a perfeição para a conexão do conhecimento – antes muito mais fragmentado, com maior dificuldade para se ligarem as peças do quebra-cabeças do conhecimento. Portanto, a internet propicia que inovações cada vez melhores possam surgir em nossas vidas. O caminho realmente não está em controlar e tolher acessos à internet, mas sim em permitir e garantir que ela seja um ambiente completamente livre para o acesso à informação, para a produtividade e para o desenvolvimento.
*Fundador e diretor da Done TI e associado do Instituto de Estudos Empresariais (IEE)