segunda-feira, 18 de abril de 2011

David Lane - Como se faz um ariano

Na autobiografia do líder neonazista David lane, ele se vale da construção narrativa para organizar um discurso a respeito do "arianismo" tecido por comentários a fragmentados elementos de sua história de vida. Pensando a autobiografia dele, ficam cada vez mais compreensíveis as relações exploradas por Suely Kofes entre memória, experiência, produção do esquecimento, narrativa e etnografia:
Primeiramente, porque seria impossível me debruçar na sua narrativa biográfica sem a realização do trabalho de campo que desenvolvi anteriormente. Foi na etnografia e a partir dela que o que se pretende um "sujeito nazi" se delineou compreensível para mim.
Em segundo lugar, porque no texto de Lane, a memória, a elaboração desta particular e decisiva narrativa da experiência do se tornar "ariano", o jogo entre o que é lembrado e estrategicamente esquecido, revelam muito de como na esfera política esse mosaico é possível.
Finalmente, entendo esta auto-biografia como um verdadeiro roteiro de sua ideologia e uma agenda política.


Bem, para quem não sabe, este tema é o centro do meu Doutorado. Discursos, internet, narrativa, usos político, esquecimentos e memória, fazem parte. Voltando a Foucault!

Um comentário:

Fabrício Menardi disse...

Adriana,

Muito interessante seu trabalho sobre o David Lane.
Estou escrevendo um projeto de pós-doutorado sobre a Shoah, negacionismo e neo-nazismo na Internet.

Também sou (fui) do IFCH, das Sociais, mas junto com meu doutorado em Ciências Sociais, eu fiz meu segundo mestrado sob orientação do Edgar de Decca.
Foi um trabalho sobre epistemologia da história, relação história e memória e a literatura de testemunho da Shoah (Primo Levi).

Fabrício Menardi