quinta-feira, 12 de julho de 2012

Revista: massacre de Munique 1972 teve amparo de neonazistas alemães


Revista: massacre de Munique 1972 teve amparo de neonazistas alemães
18 de junho de 2012  13h58  atualizado em 20 de junho de 2012 às 15h27

Ataque terrorista em Munique 1972, pode ter recebido ajuda de alemão neonazista. Foto: Getty Images
Ataque terrorista em Munique 1972, pode ter recebido ajuda de alemão neonazista
Foto: Getty Images
Considerado um dos maiores atentados terroristas da história do esporte, o massacre nosJogos Olímpicos de Munique, 1972, pode ter sido amparado por alemães neonazistas, segundo informações da revista alemãDer Spiegel.
A revista alega que conseguiu informações dos arquivos do Escritório Federal de Proteção Constitucional, que comprovam a participação voluntária de alemães neonazistas no atentado orquestrado por terroristas palestinos, que se denominavam Setembro Negro, que mataram 11 atletas israelenses dentro da Vila Olímpica de Munique.
As informações indicam, nas mais de 2 mil páginas do arquivo, que Abu Daud, o palestino por trás do massacre, viajou para a Alemanha para planejar o ataque em julho de 1972. Ele foi auxiliado por Willi Pohl, um conhecido alemão neonazista. Porém, não ficou claro se outros neonazistas também estavam envolvidos.
Os documentos citam ainda a polícia de Dortmund, que manteve Daud sob vigilância. Neles constava que o terrorista encontrou Pohl várias vezes, e que o neonazista se gabava para seus chefes sobre os contatos que possuía com uma ala radical da Organização de Libertação da Palestina.
Der Spiegel disse que o relatório da polícia foi amplamente divulgado na época, mas não houve nenhuma evidência que os serviços de inteligência fizeram qualquer tentativa para encontrar ou prender Daud. O palestino, aparentemente, foi capaz de preparar o seu plano para atacar a Vila Olímpica de Munique discretamente, segundo a revista.
Os arquivos mostram ainda que Pohl colocou Daud em contato com um especialista em falsificação de passaportes, e atuou como seu motorista pessoal. Pohl, que desde então renunciou ao terrorismo e à atividade neonazista, é agora um escritor de livros policiais e até trocou de nome.
Ele disse à revista alemã que "dirigiu" Abu Daud "por toda a Alemanha", e que o terrorista realizou "reuniões com os palestinos em várias cidades". Ainda assim, Pohl alegou que esteve ligado ao massacre de Munique "sem saber". Ainda assim, os documentos sugerem que Pohl ajudou a adquirir as armas que podem ter sido usadas no massacre de Munique.
Por fim, há relatos que indicam que Pohl estaria envolvido em um plano de ativistas palestinos para realizar uma série de sequestros em Colônia e em outras cidades da Alemanha, para vingar as mortes de palestinos a tiros pela polícia, após o massacre de Munique. Pohl, entretanto, foi preso em Munique, em outubro de 1972.
Relembre o caso
No atentado, dois atletas israelenses morreram imediatamente, e mais nove foram assassinados durante uma fracassada tentativa de resgate por parte da polícia alemã, no aeroporto de Munique. Nesta ação, cinco terroristas também foram mortos a tiros.
Até agora, segundo o jornal inglês Independent, se achava que o Setembro Negro teria responsabilidade exclusiva na orquestração do sequestro e dos assassinatos, que foram realizadas na tentativa de garantir a libertação de 234 palestinos detidos em prisões israelenses.
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