quarta-feira, 23 de julho de 2008

Neonazistas alemães divulgam dados pessoais de inimigos na internet

(e o monstro cresce!) Deu no G1
Segundo a revista 'Spiegel', há mais de 1.700 sites neonazistas alemães.Autoridades não podem evitar divulgação em páginas hospedadas no exterior.


Rainer Sauer, representante local do partido alemão Die Linke (“a esquerda”) na cidade de Bocholt, no extremo leste da Alemanha, já estava acostumado a receber insultos e ameaças pela internet. Mas quando o símbolo da SS, tropa de elite de Adolf Hitler, foi desenhado na porta da garagem de sua casa, ele começou a se preocupar.

Em outra ocasião, tiros foram disparados diante de sua residência. Há alguns dias, segundo reportagem da revista alemã “Spiegel”, ele encontrou um bilhete assinado por uma certa “Brigada Tempestade 35” com o recado: “Nós iremos exterminá-lo”. Segundo a “Spiegel”, este é um só um caso em que mensagens violentas pela internet resultaram em algum tipo de ação por parte de extremistas de direita alemães. É cada vez mais comum a divulgação de nomes, endereços e até fotos de supostos inimigos esquerdistas nos mais de 1.700 sites neo-nazistas alemães. Os alvos de ameaças incluem políticos, juízes e jornalistas. De acordo com a revista, até detalhes sobre a família ou as relações pessoais das vítimas são divulgadas.


Num desses sites, localizado pelo G1, um grupo "anti-antifascista" (na Alemanha são comuns os grupos de esquerda que se denominam antifascistas) publica uma lista de sócios de uma biblioteca esquerdista da cidade de Nurembergue.

A organização de extrema direita que publica a relação explica que os nomes foram encontrados no lixo da casa onde funciona a biblioteca, em cartões de cadastro. Segundo a página, o grupo também dispõem de dados como os endereços dos membros cadastrados na biblioteca e aceita “consultas para maiores informações”. O site de extrema direita cita ainda que regularmente revista as lixeiras de supostos esquerdistas e que o cadastro da biblioteca foi o maior achado dessas buscas. As autoridades, segundo a “Spiegel”, pouco podem fazer contra o vazamento de dados pessoais na internet porque grande parte dos sites é hospedada fora da Alemanha.

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