O Google anunciou, nesta quinta-feira, que vai transferir o controle do Orkut para o Brasil. Até agora, o site de relacionamentos era administrado por uma equipe na Califórnia, Estados Unidos. Com a nova administração, que começou a ser implantada em julho, o escritório da empresa em Belo Horizonte vai gerenciar a rede. Para entidades de controle e combate a crimes na internet, a mudança pode ajudar a agilizar a retirada do ar de páginas com material ilegal como pedofilia, tráfico de drogas, racismo e apologia ao crime.
De acordo com a Google Inc., a unidade brasileira se mostrou madura o suficiente para assumir a responsabilidade. Os brasileiros serão responsáveis pelo desenvolvimento, estratégia e pelas melhorias no Orkut, mas irão dividir a parte de engenharia do site com os indianos, segunda maior nação que utiliza a rede de relacionamentos. O Brasil é o primeiro colocado.
Segundo dados recentes do Ibope/NetRatings, o Orkut teve, em maio, 16,1 milhões de usuários únicos em ambiente residencial no Brasil. O país é o que tem mais pessoas cadastradas no portal (54%), seguida pela Índia (17%) e Estados Unidos (15%).
Para o presidente da SaferNet Brasil, principal entidade de combate aos crimes na internet, Thiago Tavares, a mudança do Orkut para o país pode agilizar ainda mais a retirada de páginas ilegais do ar, facilitar a identificação de usuários que cometerem crimes e acelerar o desenvolvimento de ferramentas para impedir a publicação de material proibido pelas leis brasileiras.
A criação desses filtros é uma das medidas que constam em acordo assinado entre o Google e o Ministério Público Federal para coibir crimes na rede. "Antes, páginas de pedofilia ficavam de três a quatro semanas no ar, mesmo depois que eram denunciadas. De 2006 até o ano passado, esse prazo ainda supeprior a 15 dias. Agora, as denúncias são apuradas e as páginas retiradas do ar em até 24 horas. Mas isso ainda pode diminuir", avalia Tavares.
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