Adriana Dias, Doutoranda em Antropologia, UNICAMP
A presente proposta apresenta uma contribuição à discussão da investigação antropológica na Internet, centrada na discussão acerca da “definitiva democratização da rede”, presente na grande maioria dos discursos acerca da WEB. A construção da WEB2.0, que se define como demarcada pela conversão do internauta em agente ativo na produção de conteúdo, esta nova forma de pensar a rede pode servir a uma problematização dos aspectos políticos que se destacam no mundo contemporâneo. Problematizando a idéia que pretende nomear “toda uma nova forma de produção, coletiva”, de conteúdo na rede: referindo-se ao “mundo wiki”, às aplicações baseadas em folksonomia e às redes sociais, pretendemos pensar a construção da idéia de cibercultura: não é a cibercultura um dado que molda a vida das pessoas que compartilham dele (a exemplo da discussão de Roy Wagner em The Invention of Culture. Pelo contrário, a idéia de cibercultura é construída no constantemente manipular de símbolos tomados a partir de uma variedade de códigos para criar novos significados. A idéia de produção coletiva (presente nas páginas wikis, por exemplo) e a idéia de produção criativa interativa (presente nos blogs) têm se difundido, enormemente, como estratégia de marketing, numa evidente tentativa das organizações de se marcarem como “interativas”, “democráticas”, “coletivas”. Partindo de uma leitura de Foucault e Arendt, a presente proposta visa discutir como essas marcas são construídas na WEB, e como as mesmas se relacionam com a idéia de cibercultura. Esta, servirá, ainda, para pensar a dialética entre o indivíduo e o mundo social, e sua análise pode contribuir para pensar a relação entre invenção e convenção, inovação e controle, significado e contexto.
Palavras chaves: cibercultura, etnografia no virtual, teoria antropológica.
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