Berlim assinalou este domingo os 70 anos da Kristallnacht (Noite de Cristal), prelúdio do Holocausto, com uma chamada de atenção para os riscos da “complacência” na abordagem aos fenómenos contemporâneos de anti-semitismo. São os “valores mais essenciais da democracia” as primeiras vítimas da indiferença, avisou a chanceler alemã Angela Merkel.
“Não podemos ficar indiferentes quando extremistas de direita marcham
através das portas de Brandenburgo, ou conquistam lugares nos órgãos
legislativos. Não podemos ficar em silêncio quando os rabinos são perseguidos
nas ruas, quando os cemitérios judaicos são profanados ou quando são cometidos
crimes anti-semitas”.
Foi esta a mensagem deixada pela chanceler alemã no dia em que Berlim assinalou os 70 anos da “Noite de Cristal”. A 9 de Novembro de 1938, a ira nazi abatia-se sobre centenas de sinagogas e perto de 7.500 estabelecimentos de judeus na Alemanha e na Áustria. Pelo menos 91 pessoas foram assassinadas e outras 30 mil detidas numa noite que constituiria o presságio do Holocausto e da eliminação sistemática de seis milhões de judeus. Quando Adolph Hitler chegou ao poder, em 1933, havia cerca de 160 mil judeus em Berlim.
Em 1945, no termo da II Guerra Mundial, a comunidade estava reduzida a 1.400 pessoas. A morte do diplomata alemão Ernst von Rath, atacado pelo estudante polaco e judeu Herschel Grynszpan em Paris, serviu de pretexto para o pogrom de 1938. Grynszpan pretendia vingar a sua família, que fora obrigada a deixar a Alemanha com outros 15 mil judeus polacos. Ladeada por líderes da comunidade judaica, Merkel alertou para as consequências de uma leitura “complacente” dos reflexos do passado. A “complacência”, disse a chanceler alemã, “é o primeiro passo para pôr em risco os valores mais essenciais da nossa democracia”. A cerimónia evocativa de Berlim decorreu na sinagoga de Rykestrasse, a maior da cidade.
”Sinais alarmantes”
A presidente do Conselho Central dos Judeus da Alemanha, que aos seis anos de idade viveu a “Noite de Cristal” em Munique, defendeu a necessidade de “manter a memória viva”. A memória de “seis milhões de crianças, mulheres e homens”, enfatizou Charlotte Knobloch, “não pode ser reduzida a uma simples nota de rodapé”. Até porque “há alguns sinais alarmantes”, acrescentou. “Parece haver uma falta de convicção, da parte das forças democráticas, para enfrentar os extremistas. É preciso dar passos firmes para os combater”, afirmou. Mais de 100 mil pessoas formam hoje a comunidade judaica da Alemanha. A maioria dos seus membros veio de países do antigo Bloco de Leste, após o esboroar da União Soviética. Nos últimos três anos, foram várias as sinagogas restauradas ou inauguradas em território alemão.
Em 1945, no termo da II Guerra Mundial, a comunidade estava reduzida a 1.400 pessoas. A morte do diplomata alemão Ernst von Rath, atacado pelo estudante polaco e judeu Herschel Grynszpan em Paris, serviu de pretexto para o pogrom de 1938. Grynszpan pretendia vingar a sua família, que fora obrigada a deixar a Alemanha com outros 15 mil judeus polacos. Ladeada por líderes da comunidade judaica, Merkel alertou para as consequências de uma leitura “complacente” dos reflexos do passado. A “complacência”, disse a chanceler alemã, “é o primeiro passo para pôr em risco os valores mais essenciais da nossa democracia”. A cerimónia evocativa de Berlim decorreu na sinagoga de Rykestrasse, a maior da cidade.
”Sinais alarmantes”
A presidente do Conselho Central dos Judeus da Alemanha, que aos seis anos de idade viveu a “Noite de Cristal” em Munique, defendeu a necessidade de “manter a memória viva”. A memória de “seis milhões de crianças, mulheres e homens”, enfatizou Charlotte Knobloch, “não pode ser reduzida a uma simples nota de rodapé”. Até porque “há alguns sinais alarmantes”, acrescentou. “Parece haver uma falta de convicção, da parte das forças democráticas, para enfrentar os extremistas. É preciso dar passos firmes para os combater”, afirmou. Mais de 100 mil pessoas formam hoje a comunidade judaica da Alemanha. A maioria dos seus membros veio de países do antigo Bloco de Leste, após o esboroar da União Soviética. Nos últimos três anos, foram várias as sinagogas restauradas ou inauguradas em território alemão.
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