sexta-feira, 26 de setembro de 2008

A nuvem inteligente

Terça-feira, Setembro 23, 2008 9/23/2008 07:00:00 PM Publicado por: Alfred Spector, vice-presidente de engenharia, e Franz Och, cientista de pesquisa

Do Google Blog

A Internet tem causado um enorme impacto na vida das pessoas de todo o mundo nos dez anos desde a fundação da Google. Ela mudou a política, o entretenimento, a cultura, os negócios, a assistência médica, o meio-ambiente e quase todos os tópicos que você pode imaginar. O que nos leva a pensar, o que vai acontecer nos próximos dez anos? Como esta tecnologia fenomenal vai evoluir, como nos adaptaremos e (mais importante) como ela vai se adaptar a nós? Fizemos esta pergunta a dez de nossos maiores especialistas, e nas próximas três semanas apresentaremos suas respostas. Como o cientista de computação Alan Kay celebremente observou, a melhor maneira de predizer o futuro é inventá-lo, assim, faremos o máximo para sustentar as palavras de nossos especialistas a cada dia. (Karen Wickre e Alan Eagle, editores da série)

Nos próximos anos, as capacidades de processamento, armazenamento e uso da web dos computadores vão continuar a subir seguindo a mesma íngreme curva exponencial que têm seguido nas últimas décadas. Em 2019, os clusters de computadores de processamento paralelo serão 50 a 100 vezes mais potentes em muitos aspectos. Os programas de computador, a maioria deles baseados na web, vão evoluir para aproveitar esta força recém-encontrada, e o uso da Internet também vai crescer: mais pessoas on-line, fazendo mais coisas, usando aplicações mais avançadas e de maior resposta. Usando qualquer sistema de medição, veremos que a "nuvem" de recursos computacionais de dados e conteúdo online vai crescer de modo rápido e ainda por muito tempo.

Como já estamos vendo, as pessoas vão interagir com a nuvem usando uma superabundância de dispositivos: computadores, telefones móveis e PDAs, e jogos. Mas também veremos um acúmulo de novos dispositivos personalizados para aplicações específicas, e mais sensores e acionadores ambientais, todos enviando e recebendo dados por meio da nuvem. O número crescente e a diversidade de interações não vão apenas dirigir mais informações para a nuvem, mas vão também fornecer informações valiosas sobre como as pessoas e os sistemas pensam e reagem.

Assim, os sistemas de computador terão mais oportunidades de aprender a partir do comportamento coletivo de bilhões de humanos. Eles vão ficar mais inteligentes, juntando relacionamentos entre objetos, nuances, intenções, significados e outras informações profundamente conceituais. Atualmente a busca da Google usa uma forma precoce desta abordagem, mas no futuro muitos outros sistemas poderão se beneficiar com ele.

O que isso significa para a Google? Para começar, uma busca ainda melhor. Poderemos treinar nossos sistemas para discernir não somente os caracteres ou colocar nomes em um vídeo do You Tube ou um livro, por exemplo, mas também reconhecer o enredo ou o simbolismo. O resultado em potencial seria uma espécie de busca conceitual: "Encontre uma história com uma cena de perseguição emocionante e um final feliz". Na medida em que os sistemas possam aprender a partir de interações em um nível individual, eles poderão fornecer resultados personalizados às necessidades situacionais de um indivíduo: onde estão localizados, que hora do dia é, o que estão fazendo. E sistemas de tradução e multimodais também serão viáveis, de modo que pessoas falando uma língua poderão interagir sem interferências com pessoas e informações em outras línguas.

O impacto de tais sistemas irão bem além da Google. Pesquisadores de diferentes campos médicos e científicos poderão acessar conjuntos de dados maciços e conduzir análises e algoritmos de detecção de padrões que não são possíveis atualmente. O proposto Grande Telescópio de Pesquisa Sinóptica (Large Synoptic Survey Telescope - LSST), por exemplo, poderá gerar mais de 15 terabites de novos dados por dia! Virtualmente cada campo de pesquisa se beneficiará com sistemas com a capacidade de coletar, manipular e aprender com conjuntos de dados nesta escala.

Tradicionalmente, os sistemas que resolvem problemas e dúvidas complicadas são chamados de "inteligentes", mas em comparação com abordagens anteriores no campo de 'inteligência artificial', o caminho que prevemos tem novos elementos importantes. Antes de mais nada, este sistema vai operar em uma enorme escala com uma potência computacional sem precedentes de milhões de computadores. Ele será usado por bilhões de pessoas a partir de um agregado de potencialmente trilhões de interações significativas por dia. Ele terá engenharia interativa, baseada em um circuito de realimentação de mudanças, avaliação e ajustes rápidos. E ele será construído com base nas necessidades de resolução e aprimoramento de tarefas concretas e úteis como encontrar informações, responder perguntas, realizar diálogos falados, traduzir texto e fala, entender imagens e vídeos, e outras tarefas ainda não identificadas. Quando combinado com a criatividade, conhecimento e a energia inerente às pessoas, esta "nuvem inteligente" vai gerar muitos benefícios surpreendentes e significativos para a humanidade.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Começa hoje a Conferência de Perícias em Crimes Cibernéticos

JB Online
RIO - Começa nesta quarta-feira mais uma edição da Conferência Internacional de Perícias em Crimes Cibernéticos - ICCyber 2008, o principal evento da América Latina na área de segurança da informação e tecnologia, voltado para o combate dos crimes cibernéticos e para a Computação Forense. Durante três dias, especialistas de diversos países vão conhecer e discutir e novas técnicas para combate do crime eletrônico. Neste ano o evento acontece no Rio de Janeiro, no Hotel Windsor Barra.
Entre os temas que serão discutidos estão o combate à exploração sexual infantil pela Internet e propostas de legislação de crimes cibernéticos, além de apresentação de casos que foram alvo de investigação pela Polícia Federal. Policiais da Espanha, Canadá e Estados Unidos também irão relatar experiências que aconteceram nos seus países.
Além do ICCyber, será realizada a Conferência Internacional de Ciência da Computação Forense (ICoFCS 2008), com apresentação de artigos científicos; e “The International HTCIA Brasília Chapter Training Conference and Exposition (IBTCE)”.
A ICCyber é promovida pela Associação Brasileira de Especialistas em Alta Tecnologia (ABEAT), com apoio e colaboração técnica do Departamento de Polícia Federal, através da Diretoria Técnico-Científica; da Polícia Federal da Austrália (AFP) e do Federal Bureau of Investigation (FBI).


Eu apresentarei trabalho!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Deu no International Herald Tribune

Na Europa cresce a postura anti-semita e anti-muçulmana
Os sentimentos anti-semitas são particularmente fortes na Espanha, na Polônia e na Rússia.
Direto do Uol Mídia Global.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Para a Mestra, com carinho...

Narrativas: uma trama etnográfica mais sensível

Uma trajetória em narrativas KOFES, Suely. Campinas: Mercado de Letras, 2001. 192 p


O livro Uma trajetória em narrativas tem a virtude da narradora (no sentido benjaminiano da palavra), que vai a Goiás Velho procurar nos becos da memória alguém que foi esquecida e que reaparece alhures sob a forma de uma bruxa, reclusa no tempo e no espaço.
Meu primeiro contato com a história de Consuelo Caiado não foi sólido como o que agora tenho nas mãos, mas permaneceu denso e impactante, não só para mim mas também para a platéia heterogênea que atentamente ouvia Suely Kofes e imaginava a personagem, seus enredos e seus múltiplos significados.
O fio condutor do livro é a história de Consuelo Caiado, uma mulher que ocupou a cena pública na antiga capital de Goiás e que foi esquecida, tornando-se uma 'lembrança privada' nas conversas, pelo menos até a chegada da autora do livro na cidade.
Kofes encontra o fio da meada em Campinas (SP), quando escuta uma narrativa quase mítica sobre uma renunciante, auto-reclusa. Ao longo do livro ela nos conduz através de relatos, monumentos, anotações, relatórios, resistências, descrições, jornais, enfim, de um trabalho arqueológico dos saberes, fazeres, do tempo e do 'clima' da época. Representações que retratam o contexto da existência de Consuelo Caiado pré e pós- reclusão. Surge então a história de uma menina, nascida de uma família tradicional de Goiás, fruto também de um matrimônio entre dois mundos: o rural oligárquico, áspero, distante, de um coronelismo agreste, onde imperava seu pai;1 e o mundo polido, civilizado, requintado, aristocrático, que gerou sua mãe no final do século XIX. A mãe sucumbe às agruras do sertão e Consuelo, e duas irmãs são criadas no ambiente de seus avós maternos, recebendo a primeira formação em colégios franceses do Rio de Janeiro. Na adolescência, ela retorna ao mundo rural de seu pai e madrasta na adolescência, onde fará sua formação profissional como farmacêutica e construirá uma trajetória de atuação feminista, científica e memorialística, marcando também presença social e política a ponto de ser apontada como a 'Totó Caiado de saias'.2
A partir daí a autora narra a trajetória de vida de uma mulher sui generis que deixou vestígios de comportamentos e atitudes surpreendentes, fatos que vão sendo desvelados e compreendidos pela trama paralela do trabalho investigativo da pesquisadora.
Kofes abre o texto descrevendo os personagens que atuarão na trama e seu cenário, mostrando ainda as questões que ordenaram o trabalho, seus pressupostos orientadores, apresentando os autores com quem dialoga. Busca inspiração em uma abordagem, se posso dizer assim, etno-biográfica, como por exemplo os trabalhos de Herbert Baldus e Darci Ribeiro.3 Ao longo do texto pontua também as questões relativas ao gênero relevadas "na tentativa de compreender a trajetória de Consuelo e ordenar o que seria sua experiência" (p. 15). Kofes dialoga no decorrer do livro com autores do campo da antropologia, como Claude Lévi-Strauss, Pierre Bourdieu, entre outros, e, no que diz respeito a gênero, principalmente com Marilyn Strathern. Traz também para o seu texto contribuições da literatura, da história, da sociologia e, no que tange à teoria sobre narrativas, basicamente dialoga com Paul Ricoeur.
A autora recusa o rótulo de "biógrafa de uma mulher excepcional", afirmando que
Nem é biografia, nem compartilho o pressuposto de trajetórias excepcionais, nem considero 'mulher' uma identidade fixa. Aliás, no caso, é exatamente na ambigüidade de uma 'identidade de gênero' onde situo a experiência de Consuelo (p. 15-16).
No primeiro capítulo, intitulado "Itinerário, em busca de uma trajetória", a autora descreve e discute os instrumentos teóricos que lhe permitirão buscar "uma interconexão de temporalidades" em um "agora" e uma "inter-conexão de lugares" em um "aqui" (p. 19) no tempo do trabalho antropológico. Nesse capítulo, Kofes busca compreender os significados da reclusão de Consuelo, compondo uma trajetória esboçada através do que ouviu, viu e leu, assim como as perdas e transformações contidas nas fontes em si e nos diálogos entre elas. A abordagem biográfica vai conduzindo o leitor, já seduzido pela qualidade do texto, a um clima de mistério, onde as questões sobre a reclusão, o esquecimento, a invisibilidade vão sendo desveladas, ainda que sempre sugerindo a existência de outros véus.
Kofes, em certa medida, torna-se um sujeito na trajetória que busca compreender, tecendo enredos como narradora ao mesmo tempo que desconstrói tramas urdidas por valores e pelo poder da escrita, tanto no campo da memória da cidade de Goiás quanto no campo da própria antropologia.
Explicitando seu ângulo de avaliação, a autora descreve a metodologia de seu trabalho da seguinte maneira:
O foco sobre uma singularidade, no caso uma trajetória, revelou várias relações, permitindo que a pesquisa guardasse na intuição biográfica um procedimento etnográfico: orientada pelas perguntas sobre Consuelo Caiado fui seguindo seus caminhos, e o que ouvi e encontrei foi sobre muitas outras coisas. Trata-se agora de escrever sobre esse encontro, entre um itinerário de pesquisa e a trajetória de um sujeito pesquisado (p.23).
O segundo capítulo, intitulado "Etnografia, em tramas: pessoa, personagem, atos, fatos, lugares e tempos", abre-se com o cenário da morte de Iracema Caiado, mãe de Consuelo, noticiada pelos jornais locais. A partir daí vão se abrindo os cenários que são descritos, incluindo fatos do contexto histórico, geográfico, político, social, econômico e cultural da trajetória de Consuelo. Outra parte desse capítulo se concentra em documentos e relatos centrados em Consuelo. Enfatiza principalmente sua formação na Faculdade de Farmácia e a atuação em três espaços: o Gabinete Literário, espaço cultural eminentemente feminino; o conselho editorial do jornal feminino O Lar; e a associação Sociedade para o Progresso Feminino. É nesses espaços, ou melhor, nas pistas deixadas por eles que Suely Kofes encontra preciosas informações sobre "Consuelo: pessoa e personagem nas tramas" e sobre o contexto que a cercava.
A última parte desse capítulo apresenta relatos que cruzam o esforço de esquecimento, menosprezo e ocultação das marcas de Consuelo na cidade com fatos garimpados pela autora em diferentes relatos, documentos e outros registros como mapas e fotos que localizam o leitor no ambiente da trama. Nessa parte final a autora começa a tecer o fio que alinhava o gênero com a cultura, a política e a memória que esquece Consuelo.
No terceiro capítulo a autora investiga o feminismo na década de 1920 e início dos anos 1930 em Goiás Velho, período em que a atuação de Consuelo foi mais significativa. Através de cartas e artigos do jornal O Lar, a autora apresenta as questões, as representações e os valores de masculinidade e feminilidade evidenciados nas "inscrições objetivadas" (p. 22) e nos relatos orais de pessoas contemporâneas de Consuelo.
O quarto capítulo volta à questão teórica da narrativa, seu emprego, sua importância, seus limites e suas formas. A autora agrupa as narrativas sobre Consuelo em três grupos: a) contos de bruxa; b) ausência de enredo (esquecimento e/ou recusa do relato); e c) histórias sobre Consuelo (longas narrativas que recriam a trajetória da personagem central da trama). Nesse capítulo a autora delineia o contraponto entre duas construções de feminilidade, a partir das memórias de Cora Coralina4 e de Consuelo.
No quinto capítulo Kofes constrói uma etnografia onde interpreta e costura todas as informações que obteve. Refaz a trajetória de Consuelo marcando suas características de deslocamento familiar, social, cultural, político e de gênero, pontuando a especificidade de sua experiência de duplos pertencimetos (Rio de janeiro/Goiás, masculino/feminino: Totó de Saias). Nas palavras da autora, "Este situar dilacerado não poderia qualificar essa experiência como estrangeira? Não é como estranha que falam dela quase todas as narrativas?" (p. 171).
No capítulo final, a autora analisa a herança familiar de Consuelo e as narrativas sobre ela: alguém que foi impedida duplamente de conquistar sua herança política – tanto pela rigorosa fronteira de gênero existente na sua época (exemplarmente demonstrada a partir da análise do jornal O Lar, no capítulo 5) quanto por ter perdido a herança familiar com a morte da mãe. Não se tornou um 'coronel de saias' nem era 'uma flor'; permaneceu representante e prisioneira de um tempo passado, no qual se refugiou.
No que tange ao estilo, inteligente e sensível, o texto é quase literário, com inserções teóricas que lhe garantem o estatuto de uma tese de livre-docência. Sua argúcia e erudição tornam a leitura instigante e profunda. O olhar antropológico da autora desvenda ricos itinerários de pesquisa pouco explorados na antropologia brasileira. Kofes abusa de narrativas longas, obrigando-nos a partilhar do contexto dos relatos,5 e a freqüência com que usa esse recurso pode se transformar em um ponto vulnerável de sua bela escritura.
Finalmente, penso que a autora ilumina a natureza relacional e de construção permanente que envolve o gênero na sua articulação com a memória, com a construção da noção de pessoa e com as contingências histórico-político-culturais. Dificilmente, ao conhecer a trajetória de Consuelo Caiado pelas palavras de Kofes, alguém se esquecerá dela.


1 Dr. Antônio Caiado, advogado, senador, chefe político regional. 2 Apelido do pai de Consuelo. 3 Os trabalhos são, respectivamente, O professor Tiago Marques e o caçador Aipoboreu e Uirá sai à procura de Deus. 4 A autora insere dados sobre Cora Coralina a fim de comparar duas feminilidades, uma hegemônica, desejada e marcada pela memória, outra estigmatizada e esquecida pela memória social. 5 Não sem apontar para a importância desses contextos, como demonstra na citação de Hamlet por Bourdieu, p. 23-24.

BERNADETTE GROSSI DOS SANTOS Universidade do Amazonas

© 2008 Revista Estudos FeministasCampus Universitário - Trindade88040-970 Florianópolis SC - BrasilTel. (55 48) 3331-8211Fax: (55 48) 3331-9751

um link

Um link.

« En quoi l’aliénation mentale se redouble-t-elle d’une aliénationsociale ? » : tel fut un des débats contradictoires de ces années-là.Antipsychiatrie, psychothérapie institutionnelle et psychanalyselacanienne venaient bouleverser l’ordre psychiatrique.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Wikipedia


Uploaded on authorSTREAM by alexandrerosado

e o tema se prolifera

Este é um gráfico acerca de como anda o crescimento de notícias a respeito do neonazismo. By Google news.


o que eles dizem...

o que de fato é verdade...


eles dizem:

Em fevereiro de 1988, o revisionista e professor Faurrison convidou Fred Leuchter, o especialista em tecnologia de execução, para dar um parecer sobre a viabilidade técnica de se executar pessoas utilizando HCN assim como alegado por testemunhas e sobreviventes, dadas as condições contidas nas supostas câmaras de gás utilizadas para este fim.

o que de fato é verdade: Fred Leuchter nunca teve grau em engenharia (era um técnico que aprendeu a consertar, empiricamente, cadeiras elétricas ... quando escreveu os seus absurdos laudos denominados de esudos
e além disso, foi pago pela Defesa Zündel, revisionista, durante seu julgameto pela negação do holocausto, desde logo, considerado comprado pelo ponto de vista Revisonista.

Ex-oficial alemão é julgado pela morte de 14 italianos em Munique

da Folha Online
Ocorre nesta segunda-feira, em Munique (Alemanha), o julgamento do ex-oficial alemão Josef Scheungraber, 90, acusado de ter encomendado a morte de 14 italianos, em 1944, na Segunda Guerra. Os assassinatos teriam sido uma retaliação a um ataque dos italianos que teria matado dois soldados alemães.

Na chegada ao tribunal, o ex-oficial se recusou a falar com os jornalistas. Ele nega o crime.

De acordo com o processo, militares alemães mataram a tiros uma mulher e quatro homens. Em seguida, obrigaram 11 outras pessoas a entrar no porão de uma casa e o explodiram. A ação teria sido liderada pelo ex-oficial, então com 25 anos. Um sobrevivente da explosão --na época, um adolescente de 15 anos-- deverá testemunhar.
Conforme o procurador Anton Winkler, o julgamento deverá terminar apenas em outubro próximo. "Esse julgamento não será fácil e coletar provas será trabalhoso." O procurador afirmou que Scheungraber foi condenado à revelia à prisão perpétua pelo crime em 2006, em um julgamento realizado por um tribunal militar italiano.


"O réu é muito idoso e sofre de problemas de saúde. Nós talvez tenhamos que adiar alguns procedimentos e ter intervalos para que ele se recupere", afirmou o procurador.
No início do júri, o advogado de defesa, Christian Stuenkel, reiterou que o ex-oficial nega seu envolvimento no caso. De acordo com o advogado, no momento do massacre, Scheungraber fiscalizava o conserto de uma ponte. O advogado ressaltou que a acusação não possui uma testemunha que tenha visto Scheungraber no local do crime nem uma prova documental de que ele tenha encomendado o ataque.


Desde a condenação, em 2006, Scheungraber mora na cidade de Ottobrunn, perto de Munique. Ele trabalha no conselho municipal e tem uma loja de móveis.
Com Reuters e Associated Press

recordar é viver? ENIAC

Do mainframe ao PC
Primeiro computador amplamente conhecido, o ENIAC (Eletronic Numerical Integrator and Calculator) foi construído pelo Exército norte-americano. Tinha quase 18 mil válvulas e calculava trajetórias de tiros. Pesava 27 toneladas e começou a funcionar em 1946.
Veja mais da história em


Entrevista: Lila King detalha impacto da web no jornalismo da CNN

Em 16 de abril de 2007, o sul-coreano Seung-Hui Cho adentrou o campus da Universidade Virginia Tech empunhando duas armas. Na próxima hora e meia, a ação de Cho resultou em 23 feridos, 32 mortos e no seu suicídio. O desespero dos pais e a histeria da mídia na cobertura do caso promoveu informações desencontradas logo após o início do massacre.

A primeira informação concreta sobre a quantidade de tiros dados por Cho chegou à mídia na forma de um vídeo de 1 minuto e 15 segundos feito por um estudante da universidade em seu telefone celular. Na filmagem, tremida pelo misto de nervosismo com vento forte, ouvem-se sucessivos tiros no campus da Virginia Tech.

O vídeo foi publicado pelo seu autor, Jamal Albarghouti, no iReport, serviço de jornalismo cidadão criado pela CNN em agosto de 2006 como um canal para que leitores, telespectadores e ouvintes do conglomerado de comunicação publicassem coberturas do trivial, como condições metereológicas, tragédias, como o tsunami na Ásia ou enchentes nos Estados Unidos, passando pela morte de celebridades ou tensões militares entre nações.

Mais de dois anos após ser lançado, o iReport supera 100 mil usuários ativos e acumula uma média de 150 mil conteúdos amadores, entre relatos por texto, fotos ou vídeos. Em visita ao Brasil para o MediaOn, a produtora sênior do CNN.com e criadora do iReport, Lila King, conversou com o IDG Now! sobre as contribuições de leitores e como os jornalistas integram o material no noticiário.

Como nasceu a idéia do iReport dentro da CNN?A idéia veio aos poucos, por diferentes motivos, mas ganhou força após o tsunami na Ásia (em dezembro de 2005), quando vimos que não poderíamos colocar um repórter sentado esperando que a notícia acontecesse nos lugares onde houvesse notícias.

A popularização de câmeras e filmadoras digitais nos fez entender muito rápido que as pessoas tinham a habilidade de não apenas escrever, mas também contar suas histórias com fotos e vídeos por meio de tecnologia que usamos diariamente. O iReport nasceu desta concepção e conseguimos colocar o serviço no ar em 2006.

Foi desta maneira (pelas lentes cidadãs) que vimos a tragédia (do tsunami) - não era de repórteres caminhando pela praia, mas de pessoas da região que tinham câmeras e estavam documentando os locais. Foi uma história enorme e totalmente impactante que teve como fonte principal os registros dos "leitores".

Qual foi a contribuição mais importante dentro do iReport?
É difícil dizer qual o mais importante já que são recebidos milhares de novos conteúdos por dia no iReport, mas o provável momento de maior assombro e que mostrou que o serviço é uma ferramenta muito valiosa foi logo após o tiroteio na faculdade Virginia Tech. Esta foi a primeira história em que tivemos um vídeo exclusivo que nos ajudou a mostrar o que realmente estava acontecendo no campus e rapidamente se tornou o pedaço de informação central da cobertura.
Todas as organizações cobrindo o caso estavam ainda tentando descobrir quantos e aonde tiros haviam sido dados - o vídeo do iReport, feito com um celular fora da sala de aula, nos mostrou que o massacre foi maior do que esperávamos. Este foi o momento em que a nossa indústria de notícias acordou e percebeu o potencial daquela ferramenta. A CNN licenciou clipes da filmagem e distribuiu gratuitamente entre outras emissoras cobrindo o assunto.


Quanto conteúdo amador vocês recebem por dia no iReport?
Ontem (terça-feira, 09 de setembro), vi que tínhamos recebido cerca de 1.100 histórias, entre contribuições na forma de uma foto, um conjunto de fotos, um vídeo, uma série de vídeo, um texto. Existem mil maneiras de se contar uma história e na internet você pode se aproveitar do aspecto multimídia. Mensalmente, recebemos 15 mil histórias, em média

Como vocês organizam este conteúdo?
A comunidade se organiza. O site conta com ferramentas para que haja classificação por tags ou assuntos, para que o internauta dê notas, escreva comentários ou vote na história para que ela apareça na capa do iReport.

É claro que também existem os produtores e jornalistas da CNN que trabalham com o conteúdo diariamente para checar que histórias podem ser usadas em matérias do canal. Treinamos centenas de jornalistas de todo o conglomerado (que inclui o CNN.com, os canais de TV CNN e CNN International e rádios homônimas) para que elas tivessem acesso às contribuições do iReport.
Temos um time de 9 pessoas na CNN.com responsável por gerenciar o conteúdo publicado e fazer novas perguntas à comunidade, mas fizemos um esforço para distribuir as ferramentas pela rede (da empresa) já que não havia jeito de imaginar que apenas um pequeno time conseguisse analisar as milhares de histórias mensais e as usassem como parte do noticiário.
Tornou-se também parte da nossa rotina diária dentro da redação: toda manhã, quando editores de toda a empresa se juntam para discutir o que está sendo feito, o iReport é trazido à mesa. Discutimos a apuração de notícias nacionais, internacionais e passamos por cima do que está acontecendo no iReport.

Foi difícil treinar jornalistas acostumados com o papel?
Não sei se chamaria de difícil, já que depende do perfil do jornalista. Acho que é natural (enfrentar resistências). Estamos, de uma certa maneira, "ofendendo" o jornalismo tradicional, algo que deixará muitos em uma situação desconfortável.
Mas você acaba convencendo uma pessoa por vez quando consegue demonstrar as possibilidades do iReport, mostrando diferentes perspectivas ou materiais que podemos usar a partir da contribuição no serviço. Quando fazemos estes treinamentos, a primeira coisa que citamos é o jornalismo e a importância de checar fatos e fazer as mesmas verificações no iReport que faríamos em qualquer outro conteúdo dentro do conglomerado.

Vocês têm problemas com plágio ou informações não corretas?
Para ser honesta, não é algo que temos muitos problemas e não é surpresa para mim a qualidade média do conteúdo publicado no iReport. Acontece muito raramente descobrir durante a seleção que determinada história tem problemas. O que mais acontece durante a verificação é percebermos que a pessoa não teve treinamento profissional e pode ter sido ingênua na redação ou na edição.
Aconteceu recentemente com um usuário na Flórida que tirou fotos de uma tempestade e aplicou mais contraste no PhotoShop, que tinha acabado de comprar. Percebemos que havia algo não real na imagem e um dos produtores ligou para ele, que admitiu que tinha colocado mais contraste na foto enquanto aprendia a mexer no programa. Ele mandou a versão original e nós explicamos que no fotojornalismo não se faz edições deste tipo, já que a imagem tem que estar o mais próximo possível da realidade. No fim, a técnica de jornalismo do leitor melhorou.
Não posso ter certeza que não vi algo do gênero no iReport, mas nossa comunidade começou a desenvolver uma paixão forte pela qualidade do que está no site. Com bastante freqüência, vemos usuários que publicam conteúdo e atraem a atenção de outros usuários que já conhecem aquela informação ou aquela foto e chama a atenção de quem "copiou".

Existe uma relação entre o número de relatos, fotos ou vídeos recebidos no iReport e os usados dentro do noticiário da CNN?
Varia sempre de mês para mês e depende também do assunto, mas, na média, usamos cerca de 10% do que recebemos tanto na TV como na CNN.com, com o aproveitamento em histórias significativas quando existe uma contribuição maior da comunidade. No caso das enchentes que atingiram os Estados Unidos há uma semana, recebemos muitas fotos, relatos e vídeos de habitantes ilhados e usamos cerca de 60% do material.

Você falou muito sobre tragédias nos exemplos de sucesso do iReport - o tsunami na Ásia, o tiroteio em Virginia Tech e as inundações nos Estados Unidos. Existe um perfil médio de notícias que inscritos no iReport costumam publicar?
Você está certo, falamos muito sobre tragédias. Mas se você olhar para duas das nossas histórias mais populares no iReport, verá que ambas não têm relação nenhuma. Nós pedimos opiniões em vídeo sobre a escolha de Sarah Palin para ser candidata a vice-presidente dos Republicanos nas eleições norte-americanas e esta história se tornou a mais comentada da história do serviço. Outro destaque foi quando pedimos que as pessoas publicassem fotos dos seus ambientes corporativos.
É difícil de comparar as duas coisas. Acho que o ponto comum entre ambas é que se tratavam de assuntos populares quando foram publicadas - na semana do segundo exemplo, tínhamos um especial sobre ambiente corporativo no CNN.com.
No setor de apuração de notícias, o mais popular diz respeito ao clima, afinal é algo que está disponível para todos, faz parte do noticiário e tem um impacto direto na vida das pessoas. Mas o que é mais importante...

Existem planos de repartir receita com usuários do iReport caso o conteúdo seja interessante o suficiente para ser vendido para terceiros?
Atualmente, não pagamos nada pela contribuição. Não temos um plano agora para o compartilhamento de receita, mas mudamos os termos de serviços do iReport há três semanas para indicar que, caso vendermos o conteúdo para uma empresa jornalística não afiliada à CNN, nós dividiremos o investimento com o "jornalista".

Jennifer Martin, diretora de relações públicas da CNN: É um "chute" meu, mas é provável que a venda de conteúdo do iReport aconteça quando for um assunto realmente relevante, como o impacto que, por exemplo, o vídeo do tiroteio em Virginia Tech teve. Imagine que alguém consiga registrar em vídeo...

O Pé-Grande...
Sim, mas de verdade. A gente vai vender o conteúdo e dividir totalmente a receita (proveniente da venda do vídeo) com o "iReporter". É o mais justo, afinal estaríamos ganhando dinheiro baseado em conteúdo alheio.

Baseado na sua experiência no iReport, você concebe um serviço que use o jornalismo cidadão como modelo de negócios, em uma espécie de agência de notícias amadora?
Da minha perspectiva, uma das razões para o sucesso do iReport é uma mistura entre o jornalismo cidadão e o jornalismo profissional. Ambas as atividades juntas fazem o noticiário ser melhor, mais interessante, mais correto e mais relevante. Existem duas metades que devem ser usadas juntas.

Não descarto a idéia de alguém descobrir um modelo comercial que se sustente apenas por jornalismo cidadão, mas acredito que o que torna o iReport único e efetivo é que ele mescla o jornalismo cidadão com o rigor e os padrões do jornalismo tradicional. Juntos, ambos contam uma história melhor.
Publicado por Guilherme Felitti, às 07h00

Nesta data:Nôach despacha a pomba (2105 AEC)




Após a tentativa frustrada de despachar um corvo da Arca, Nôach enviou uma pomba pela janela da Arca para verificar se o Dilúvio que cobria a terra tinha diminuído. “Porém a pomba não encontrou um local seco para colocar a sola de seus pés”, e voltou à Arca; Nôach esperou mais sete dias antes de fazer nova tentativa.


Gênesis 8:8 Depois, soltou uma pomba para ver se as águas teriam já minguado da superfície da terra;
Gênesis 8:9 mas a pomba, não achando onde pousar o pé, tornou a ele para a arca; porque as águas cobriam ainda a terra. Noé, estendendo a mão, tomou-a e a recolheu consigo na arca.
Gênesis 8:10 Esperou ainda outros sete dias e de novo soltou a pomba fora da arca.
Gênesis 8:11 À tarde, ela voltou a ele; trazia no bico uma folha nova de oliveira; assim entendeu Noé que as águas tinham minguado de sobre a terra.

Internet precisa ter dados mais confiáveis, diz criador da web

O criador da world wide web (a base da internet) disse que os internautas precisam ter alguma forma de diferenciar os boatos das verdades científicas.

Em entrevista à BBC, o cientista britânico Tim Berners-Lee disse que está preocupado com a forma como a internet está sendo usada para disseminar informações erradas.

Na semana passada, a Organização Européia para Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em francês) - onde Berners-Lee desenvolveu a world wide web nos anos 80 - lançou um gigantesco acelerador de partículas.

Na véspera, vários boatos circularam pela internet de que a entrada em funcionamento do acelerador poderia criar um buraco negro que engoliria a Terra.

Para Berners-Lee, grupos pequenos de pessoas usam a internet para disseminar

"teorias da conspiração de todos os tipos que se espalham para milhares de pessoas e podem ter efeitos devastadores".


Ele defende a criação de um sistema que categorize os sites da internet de acordo com a sua confiabilidade. Berners-Lee e outros cientistas já pensaram em formas de criar um mecanismo simples de categorização, mas não chegaram a um mecanismo ideal.
"Eu não gosto da idéia de dar a um site um simples número como uma espécie de
QI, porque como as pessoas os sites podem variar de muitas formas", disse ele.
"Eu estaria mais interessado em organizações diferentes classificando sites de formas diferentes."

O criador da world wide web lançou neste mês a Fundação Web, que se dedica a melhorar a confiabilidade da internet e aumentar a inclusão digital.
Berners-Lee criou o programa de hipertexto que revolucionou a rede enquanto trabalhava no Instituto de Partículas Físicas em Genebra.
O código de computador por ele inventado permitiu que cientistas compartilhassem pesquisas facilmente em uma rede de computador.

No início dos anos 90, essa rede foi batizada de "world wide web", cujas iniciais "www" formam a base da internet que conhecemos hoje.

Daqui

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Especialista em mundos virtuais sugere mudanças no SLO

O analista e desenvolvedor de MMORPGs, Scott Jennings, é hoje uma das maiores autoridades em mundos virtuais, tendo inclusive lançado um livro sobre o assunto, intitulado "Massive Multiplayer Games for Dummies" (Jogos de Mundos Massivos para Leigos).

Ele é um dos que acreditam que o modelo de assinatura mensal adotado por jogos como World of WarCraft está com os dias contados, e faz questão de basear suas opiniões em vivências dentro destes mundos virtuais, onde mantém um avatar e participa ativamente. Sobre o Second Life, onde seu nome é Lum Lumley, o autor já escreveu ensaios e apontou as qualidades que fazem do metaverso da Linden Lab um sucesso, principalmente entre as mulheres. Mas sem esquecer dos defeitos, ele respondeu ao blog New World Notes algumas perguntas sobre como aprimorar o Second Life. Seguem os três pontos mais importantes dessa conversa, em ordem de importância que o próprio Scott listou.

1- Investir pesado em serviços para clientes Enquanto a natureza libertária do SL é responsável por grande parte de seu crescimento, o fato é que mundos online são serviços; e serviços exigem suporte. A percepção é que o SL não dá apoio a seus usuários - retificando que para eles (usuários), precisa existir uma presença visível e reconhecível desse apoio.

2 - Limpeza da mainland Anúncios excessivos e Spam dão ao usuário uma impressão horrível do SL. Novamente, isso se opões aos impulsos libertários da Linden mas é parte do interesse comum da comunidade. Existem vários termos de uso para proprietários de ilhas e terras que a Linden pode se apoiar e, claro, reforçar essa limpeza, porém isso requer mais serviços para clientes e por isso esse ponto é o numero 2 e não o 1.

3 - Estabelecer parceria com empresas terceirizadas para fornecer diretório de serviços. Mesmo aprimorando a ferramenta de pesquisa (e desabilitando o "Lugares Populares", a melhor coisa que a Linden fez este ano) é muito difícil encontrar coisas no SL se você não sabe o que está procurando. Um "Guia Lonely Planet para O Second Life" seria ótimo. É surpreendente para mim que ninguém tenha pensado nisso ainda! Quando informado que a Linden já anunciou que proibirá as famigeradas AdFarms (terrenos entupidos de publicidade), Scott Jennings respondeu duramente: "Simplesmente anunciar uma nova apólice de uso e não reforçá-la meramente exibe um senso de má administração". Veremos se a Linden escutou o puxão de orelha de Jennings e buscará melhorar o metaverso para seus milhares de usuários. Fonte: NWN

O melhor site do mundo: City of David

A eleição ocorreu durante o “Terceiro Encontro de Webs do mundo”, realizado em Veneza. O "City of David" possui versões em hebraico, inglês, espanhol, francês e russo. Do evento, participaram especialistas de 169 países, dos quais 10 árabes.

Tribunal alemão confirma condenação de neonazista por racismo

O tribunal de Gotinga, no sul da Alemanha, confirmou hoje a pena de um ano de prisão por incitação ao ódio racial para Thorsten Heise, membro do neonazista Partido Nacional Democrático da Alemanha (NPD).Os integrantes do tribunal rejeitaram a apelação apresentada pelo neonazista, de 39 anos, contra uma sentença da Audiência Superior de Braunschweig que o condenava a essa pena, embora com o benefício da liberdade condicional.A corte de Braunschweig condenou Heise pela produção e venda entre 2001 e 2002 de seis mil CDs de um grupo musical neonazista com canções com incitações racistas e xenófobas.O presidente do tribunal de Gotinga deixou transparecer em sua sentença que teria imposto uma pena maior ainda a Heise, condenado em outros 11 processos anteriores.
Agência EFE

Notícias, infelizmente, do neonazismo

Enfrentamentos em show neonazista deixam 11 agentes feridos na Alemanha

Ao menos 11 agentes alemães ficaram feridos na noite deste sábado (23) ao serem atacados por ativistas neonazistas quando tentavam dissolver o público presente em show de grupo de extrema direita na cidade de Rostock (ao norte do país).
Um porta-voz informou que 11 policiais e três neonazistas ficaram feridos nos enfrentamentos, ocorridos em um antigo pavilhão industrial que servia de palco ao concerto, que não tinha sido autorizado pelas autoridades municipais.
Unidades antidistúrbios detiveram 38 jovens radicais de extrema direita procedentes dos Estados de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, Schleswig-Holstein e Berlim, e apreenderam materiais de propaganda.
Quando os agentes chegaram para dissolver o público que assistia ao show, foram recebidos com "uma chuva de caixas de cerveja, garrafas, bancos e até extintores", disse o porta-voz da Polícia.

Neonazistas atacam sistematicamente gays em província espanhola
Três neonazistas foram presos em flagrante pela polícia de Sevilha, Espanha, por atacar casal gay que andava de mãos dadas em uma praça na cidade.
O casal passeava na praça quando foi insultado por dois skinheads. Depois, outro agressor se juntou a eles e começaram a bater no casal.
Em um momento, segundo as testemunhas, um dos neonazistas sacou a faca e gritou "Hitler". Foi quando o casal foi salvo por transeuntes que passavam na praça e chamaram a atenção da polícia.
Com a chegada dos policiais, dois fugiram e um foi preso no local. Mais adiante, os outros agressores foram presos também.
Os rapazes foram identificados pela polícia como neonazistas devido às tatuagens, cabeças raspadas e inscrições nas camisas.
Dois deles, ambos de 22 anos, não tinham antecedentes criminais e o terceiro, de 25 anos, já foi preso quatro vezes por agressão.
As vítimas foram hospitalizadas. Um rapaz teve contusões na face e o namorado quebrou um dedo da mão e feriu os lábios.
O presidente da ONG Colega em Torremolinos disse que embora o ambiente da cidade não seja homofóbico aumentaram os ataques a gays ultimamente.

domingo, 14 de setembro de 2008

Blog de George Orwell cai na web após 70 anos

Há exatos 70 anos, no dia 8 de setembro de 1938, o escritor inglês George Orwell (”1984″) estava em Gibraltar, e de lá escreveu vários textos sobre o que vivia, via e lia na época, observando principalmente a cena natural e cultural. Esse textos, que compreendem o período de 9 de agosto de 1938 até outubro de 1942, estão sendo publicados pela Orwell Prize em associação com a Orwell Trust, Political Quarterly e Media Standards Trust, e serão sempre disponibilizados nas datas concatenadas com sua publicação original.

O autor de “A Revolução dos Bichos” escreveu com detalhes no post de hoje, há 70 anos, sobre as características das raças dos bodes que observou em Gibraltar, além de outros animais como burros, vacas, cães e gatos, e além das frutas da estação e do clima. No post de ontem (há 70 anos), fez observações sobre os jornais que encontrou e suas tendências, sempre com o seu conhecido olhar político e crítico. Um trecho:
English newspapers reach Gibraltar by P & O four days late. Local English daily Gibraltar Chronicle & Official Gazette, 8 pages of which about 21/2 pages advertisements, ld. Current number 31, 251. More or less pro-Fascist. Local Spanish papers El Annunciador and El Campanse, each four pages largely adverts, ld. Daily. No very definite standpoint politically, perhaps slightly pro-Franco. Ten or eleven Franco papers sold here, also three Government papers including Solidaridad Obrera. The latter at least six days old when obtainable here, and much less on evidence. Also two pro-Government Spanish papers published in Tangiers, El Porvenir and Democracia. Prices of these stated in Franco exchange. Impossible to discover sentiments of local Spanish population. Only signs on walls are Viva Franco and Phalangist symbol, but very few of these. Population of town about 20,000, largely Italian origin but nearly all bilingual English-Spanish. (…)

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Google e a construção do monopólio na web

ENTREVISTA / ANDRÉ FLEURY
Por IHU On-Line em 9/9/2008

Reproduzido da IHU On-Line, revista eletrônica do Instituto Humanitas Unisinos, 6/9/2008; título original "Google: nossas vidas como base para construção de um monopólio na web"
Há quem diga que a web 2.0 está criando novos tipos de paradigmas na sociedade, uma vez que disponibiliza um tipo de autonomia e interação que antes era quase impensável. Um deles é a economia da gratuidade. Serviços que antigamente eram caros e tecnicamente difíceis de serem utilizados hoje estão disponíveis na internet sem custo para usuário, e fazendo com que ele perca menos tempo e tenha mais qualidade em seu trabalho.


Quem está sabendo tirar partido desse novo cenário é a empresa Google. Para os mais entusiastas, os serviços parecem perfeitos, mas, quanto mais cresce o Google, maior fica também o monopólio que a empresa está construindo em torno dessas ofertas que disponibiliza. O que esperar?
Segundo o professor da USP, André Fleury, "o mercado financeiro reconhece que o monopólio que o Google está estabelecendo na web garante que, no futuro, a empresa poderá ser capaz de gerar receitas e barreiras para que novos participantes não sejam concorrentes diretos". Ele concedeu entrevista à IHU On-Line por telefone e falou sobre essa realidade que está surgindo e sobre o desenvolvimento da web 2.0 e o nascimento da web 3.0.
André Leme Fleury é graduado em Engenharia Mecânica de Produção, pela Universidade de São Paulo (USP). Realizou mestrado e doutorado em Engenharia de Produção na Universidade Federal de Santa Catarina e na USP, respectivamente. Na USP é professor e coordenador do projeto Cidade do Conhecimento. É autor de Dinâmicas organizacionais em mercados eletrônicos (São Paulo: Editora Atlas, 2001).
***
Já podemos falar em economia do gratuito em relação à internet? Como essa economia está se constituindo e que perspectivas podemos ter em relação ao seu desenvolvimento?
André Fleury – Sim, podemos falar sobre economia do gratuito, que está ainda nos seus passos embrionários. O que se quer dizer com "passos embrionários ou iniciais"? Se pegarmos o Google [Google Inc. é o nome da empresa que criou e mantém o maior site de busca da internet, o Google Search. O serviço foi criado a partir de um projeto de doutorado dos então estudantes Larry Page e Sergey Brin da Universidade de Stanford em 1996] como exemplo, veremos que ele vale 200 bilhões de dólares, mas fatura 7 bilhões exatamente por causa dessa economia da gratuidade que está surgindo agora. Em outras palavras, o Google tem uma quantidade de informações hoje em dia extremamente elevada em seu poder. Essas informações estão concentradas no YouTube, no Google Maps, no Google Earth, no Orkut (onde ele conhece muito das pessoas), entre outros serviços. Ele disponibiliza esses recursos onde obtém uma série de informações que são extremamente valiosas. No entanto, ainda não está claro como ele vai gerar modelos comerciais em relação a esse patrimônio que dispõem. Então, a economia do gratuito está ligada, num primeiro momento, à questão dos novos modelos de negócio que surgirão ao longo do tempo.
A segunda questão está relacionada ao compartilhamento do conhecimento para um bem comum e que, ao mesmo tempo que beneficia um usuário, dá retornos para a empresa também. São duas dinâmicas diferentes: a primeira se refere ao futuro das apostas na bolsa de valores que viabiliza recursos para que as empresas possam desenvolver ainda mais seus serviços, como é o caso do Google, e a segunda está relacionada aos softwares com códigos abertos. Aqui na USP, já estamos trabalhando essa questão e nos perguntamos: como compartilhar conhecimento de tal maneira que os professores possam utilizar o material um do outro e assim prestar melhores serviços, gerar conhecimento e oferecer aos repositórios o resultado disso?
A Web 2.0 é uma receita de inovação e integração para produção social realizada pelas empresas e instituições?
A.F. – A web 2.0, tecnologicamente, não representa inovação alguma, ou seja, as ferramentas que caracterizam a web 2.0, seja blog, wiki [o termo wiki é utilizado para identificar um tipo específico de coleção de documentos em hipertexto ou o software colaborativo usado para criá-lo; significa, em havaiano, "super rápido"], fóruns, são tecnologias que estão disponíveis há bastante tempo para a maioria das pessoas. O que realmente apresenta uma inovação é a forma de relacionamento. As empresas estão começando a despertar para essa coisa das interações e das redes sociais, mas existe ainda muito chão para elas construírem. Aqui na universidade, estamos trabalhando os conceitos de construção colaborativa de conhecimento, ou seja, como os alunos podem adquirir conhecimento necessário para desenvolver os seus trabalhos, analisar e resolver os problemas. A mudança de paradigma aí é bastante extensa porque muda o relacionamento professor-aluno. Antes, apenas o professor detinha o saber; hoje, os alunos buscam o conhecimento, disponibilizam e aplicam esse conhecimento, e o professor passa a ter uma postura de mediador de uma rede. Essa mudança é radical e requer muita maturidade.
O Google está criando cada vez mais plataformas para que possamos "empurrar nossa vida para dentro da web". Estamos criando uma cultura da inteligência coletiva com isso?
A.F. – Depende de como esse conhecimento será compartilhado. No momento em que transfiro uma planilha minha para o Google Docs, eu estou simplesmente mudando o meu canal de acesso. Não existe uma mudança significativa em relação ao compartilhamento de conhecimento. A inteligência coletiva só surge quando existe esse compartilhamento. Então seriam necessárias novas dinâmicas para trabalhar esses documentos de tal maneira que eles não sejam mais meus. Nesse sentido, eles passariam a incorporar e desenvolver novas possibilidades de captura, além de gerar uma nova forma de divulgação desse conhecimento.
Mas o que o Google ganha com essa totalidade de serviços gratuitos?
A.F. – Nada. O retorno só vem da bolsa de valores que investe no potencial dos serviços oferecidos. Por exemplo, a coisa mais cara é armazenar mídias, documentos etc. O Google oferece esse espaço que não temos e de forma gratuita. Existem links patrocinados, mas que não revertem o valor investido. No entanto, o mercado financeiro reconhece que o monopólio que o Google está estabelecendo na web garante que, no futuro, a empresa poderá ser capaz de gerar receitas e barreiras para que novos participantes não sejam concorrentes diretos.
A web 2.0 parece incluir cada vez mais as pessoas, isso porque seus dispositivos geralmente são fáceis de usar e permitem que se façam coisas na internet que antes só eram possíveis através de softwares caros e que exigem conhecimento técnico. Como está se constituindo o conceito de web 2.0 a partir dessa noção de excluídos e incluídos digitalmente?
A.F. – Eu separaria essa questão em duas. A primeira diz respeito aos softwares livres, que são tão bons ou melhores do que os softwares proprietários. Um exemplo é o moodle, que temos usado extensivamente em diversas iniciativas. [Moodle = Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment – Moodle é um software livre, de apoio à aprendizagem, executado num ambiente virtual. A expressão designa ainda o Learning Management System (sistema de gestão da aprendizagem) em trabalho colaborativo baseado nesse programa. Em linguagem coloquial, o verbo to moodle descreve o processo de navegar despretensiosamente por algo, enquanto fazem-se outras coisas ao mesmo tempo. O conceito foi criado em 2001 pelo educador e cientista computacional Martin Dougiamas. Voltado para programadores e acadêmicos da educação, constitui-se em um sistema de administração de atividades educacionais destinado à criação de comunidades on-line, em ambientes virtuais voltados para a aprendizagem colaborativa. Permite, de maneira simplificada, a um estudante ou a um professor integrar-se, estudando ou lecionando, num curso on-line à sua escolha.] É extremamente fácil baixá-lo, instalá-lo e configurá-lo. Esse software representa muito essa idéia da economia do gratuito, em outras palavras. Eu uso e me beneficio dele. A cada vez que ele é aprimorado, esse aperfeiçoamento é incorporado pela comunidade, caso ela ache isso apropriado. Essa cultura tende a se valorizar cada vez mais.
Em relação à exclusão e inclusão digital, a coisa é bem mais complexa. Eu não vejo uma relação direta entre a web 2.0 e a inclusão digital. Temos trabalhado muito o conceito de emancipação digital, que não é apenas a pessoa saber mexer nos recursos, mas ser capaz de gerar renda com esses recursos. Ainda há poucas iniciativas nesse sentido, pois requer uma série de outras iniciativas de educação para que essas pessoas possam usar essas ferramentas das melhores formas possíveis.
Como se configura hoje e como pode ainda ser melhor explorada a arquitetura da participação a partir do conceito de web 2.0?
A.F. – Esse é o principal desafio para quem está trabalhando com esse tipo de plataforma atualmente. O caso mais clássico que temos são os trabalhos de conclusão de curso que orientamos aqui na USP. Os alunos são conduzidos para trabalhar numa plataforma que tem wiki, tem fórum e assim por diante. E isso tem funcionado muito bem, pois as empresas estão interessadas nesse tipo de desenvolvimento e as universidades estão municiando esse aluno com todo conhecimento necessário para resolver esse problema. A participação está funcionando porque todos os lados estão trabalhando. O problema se apresenta quando só um lado está inserido nesse contexto. Essa evolução está muito relacionada ao jogo do estímulo e resposta.
A web 2.0 põe fim ao ciclo de lançamentos de softwares?
A.F. – Não. Os softwares estão relacionados à capacidade de inovação. Se se é capaz de inovar, o posicionamento no mercado estará muito bem. Os softwares que estão fadados a desaparecer são aqueles que pararam de inovar, o que dá tempo para a comunidade criar um software livre. Com o Office aconteceu isto quando o Open Office foi criado.
Como a nova geração da internet afeta a mídia?
A.F. – Estamos assistindo à convergência. Temos aí uma mudança de geração, ou seja, as pessoas precisam estar evoluindo no sentido de as novas mídias substituírem as mídias antigas, mas até agora nada muito efetivo aconteceu ainda. As grandes empresas estão sendo impactadas, mas ainda não de uma forma expressiva pela web. Mas haverá uma consolidação das novas mídias, certamente.
E o que viria ser a web 3.0?
A.F. – A web 3.0 tem dois significados. O primeiro é a web semântica, ou seja, os mecanismos de busca vão se transformar em agentes mais inteligentes capazes de trazer melhores respostas às perguntas formuladas. A segunda tendência diz respeito a capacidade de remunerar quem está gerando conteúdo e conhecimento. Quando o Google descobrir como ganhar dinheiro com o YouTube, nada mais justo do que ele passe uma parte do dinheiro que ganhou para quem postou o conteúdo. Mas é preciso ainda fazer uma grande reflexão acerca da web semântica e dos modelos de negócio.
Esse é o momento de as novas redes sociais ditarem as regras do mercado, da sociedade, das políticas etc.?
A.F. – Sem dúvida alguma. Tanto isso incomoda que a campanha política foi proibida para além dos sites oficiais dos candidatos. Isso porque as pessoas ainda não compreendem como a web 2.0 pode ser utilizada para a questão da política e, por isso, se proíbe. Tal movimento prova exatamente a capacidade dessa nova forma de comunicação entre novos mecanismos de percepção e avaliação dos usuários. No caso da política, essa questão assusta e daí ser mais fácil proibir do que tentar gerenciar o novo movimento.
E como o senhor vê a questão da discussão acerca do controle em relação à internet?
A.F. – Eu acho que ela é incontrolável. Ela nasceu na sua essência livre justamente para garantir a multiplicidade de fontes de informação. Proibições e ações judiciais atestam o quanto elas podem incomodar e o quanto ela é incontrolável. As corporações têm de se adaptar a elas e passar a jogar a partir dessa sociedade gerada a partir do novo conceito de web.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Quebra de sigilo no Orkut: criação de jurisprudência ante a dificuldade de identificação exata do criminoso

Do DireitoNet


Trata sobre os crimes de calúnia, difamação e injúria cometidos no universo virtual, principalmente em sites de relacionamento como o Orkut, a fragilidade de identificação dos criminosos e a dificuldade ainda em puní-los.

Fabiana Cristina da Silveira Pereira 06/09/2008


1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objeto os crimes de calúnia, difamação e injúria ocorridos no meio virtual, suas penalidades e evoluções. Para tanto foram pesquisadas artigos na internet, jurisprudências e doutrina. Por serem crimes julgados por analogia, ainda não existem tipificações específicas, nem vasta jurisprudência. As jurisprudências apresentadas foram todas do Tribunal de Justiça de São Paulo.

2. A QUEBRA DE SIGILO EM SITES DE RELACIONAMENTOS
A Justiça Federal de São Paulo em abril de 2006 quebrou o sigilo de algumas comunidades do site orkut, site comandado mundialmente pela empresa americana Google e suas afiliadas nos respectivos países. Esta quebra trouxe a possibilidade de identificação dos criminosos que utilizam o referido site, cometendo os mais diversos crimes: pedofilia, racismo, nazismo e o objeto deste estudo, calúnia, difamação e injúria.
Apesar dos crimes de calúnia, difamação e injúria, mesmo ocorridos em ambiente virtual, serem facilmente tipificados, a dificuldade ocorre com a identificação do autor, pois o perfil criado pelo dono da comunidade, nem sempre é verdadeiro e mesmo que verdadeiro, outra pessoa de posse de sua senha, poderia cometê-lo em seu nome.
Desta forma, a quebra de sigilo resolve parte do questionamento. Porém, traz a tona uma nova problemática: Estariam os nossos tribunais aptos a julgar tais ações, com base simplesmente nas analogias?

3. CONCEITO DE HONRA
Segundo Guilherme Nucci, em seu Código Penal Comentado, Honra “ é a faculdade de apreciação ou o senso que se faz acerca da autoridade moral de uma pessoa, consistente na sua honestidade, no seu bom comportamento, na sua respeitabilidade no seio social, na sua correção moral; enfim, na sua postura calcada nos bons costumes ( Código Penal Comentado, Guilherme de Souza Nucci, 7ª edição revista, atualizada e ampliada. 2. tir. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007, pág. 608). Desta forma, honra está diretamente ligada a maneira como o indivíduo é visto e respeitado no ambiente em que vive. Sendo honra protegida pela CF 88, em seu Art. 5°, X, que menciona, serem invioláveis a honra e a imagem das pessoas.
A Honra pode ser classificada, segundo vasta doutrina, em honra objetiva e subjetiva.
Sendo a honra objetiva, a forma como a pessoa é vista pela sociedade e a honra subjetiva a maneira como o próprio indivíduo se enxerga, é o conceito que faz de si mesmo. Sendo a honra objetiva afetada nos crimes de calúnia e difamação e a honra subjetiva afetada nos crimes de injúria.

4. A CALÚNIA, DIFAMAÇÃO E A INJÚRIA NO UNIVERSO VIRTUAL
Os referidos crimes estão tipificados de maneira geral, e não especificamente no meio virtual, no capítulo V do nosso Código Penal. Sendo, calúnia, imputar falsamente fato criminoso a alguém, Art. 138, onde a pena vai de 6 meses a 2 anos e multa. Difamação, imputar a alguém, fato ofensivo a sua reputação, Art. 139, pena de 3 meses a um ano e multa, e injúria, ofender a dignidade ou o decoro de alguém, Art. 140, com pena de 1 a 6 meses, ou multa.
Todos estes crimes, encontram facilidade de execução e propagação na internet. Sendo a divulgação, ação imprescindível para a ocorrência dos mesmos, não poderia o criminoso, encontrar terreno mais fértil do que o orkut. Site este acessado somente no Brasil por mais de 11 milhões de internautas, e onde as informações ficam totalmente expostas, são públicas, principalmente em se tratando de comunidades, que são criadas por uma pessoa, que deverá colocar seu perfil, podendo ser este verdadeiro ou não. Sendo estas informações, como já citado, podendo ser acessadas por qualquer pessoa que tenha senha de acesso no orkut.
Qualquer pessoa que tenha a intenção de cometer um destes crimes, pode criar no referido site de relacionamentos, uma comunidade denegrindo a imagem de pessoas, ou empresas, e estas informações para serem acessadas não necessitam de senha, são públicas, e são divulgadas com uma velocidade que nenhum outro meio senão a internet proporcionariam.
Os tribunais têm condenado os responsáveis pela site orkut, a retirada de perfis e comunidades, quando suas vítimas recorrem à justiça. Num primeiro momento é esta a posição, cabendo caso não cumpra a determinação, todas as penalidades dos crimes cometidos, assim como o dano moral na esfera cível. Como exemplo, podemos citar jurisprudência do Colégio Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do Estado de São Paulo, no recurso 30.453, onde a empresa Google defendou-se alegando que no site, há um ícone com o título denunciar abusos e que isto a isentaria da responsabilidade. Porém, o tribunal reconheceu como responsáveis a empresa representante no Brasil, por força de parceria para exploração da atividade. Teve o referido tribunal a opinião também que o princípio constitucional que protege a honra deve ser respeitado e não é menos importante que a liberdade de expressão. Alegou ainda que o anonimato somente pode ser garantido, quando não há desvios de objetivos e não é utilizados como escudo para o cometimento de ilícitos.
Da mesma forma entendeu o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, em seu acórdão 01714774, alegando como responsáveis pela exclusão da comunidade que denegria a imagem da empresa em questão a empresa Google Brasil Internet Ltda, afiliada da empresa de mesmo nome americana. Entendendo também que o direito de expressão, protegido constitucionalmente, não pode se sobrepor à outra garantia constitucional, que é a honra e a dignidade.

5. A IDENTIFICAÇÃO DOS ACUSADOS
Sem dúvida, a identificação do acusado é a maior dificuldade encontrada pelo ofendido a fim de defender-se, uma vez que a quebra de sigilo dos criadores das comunidades e perfis, comprova o terminal, local físico de onde as informações foram incluídas, porém de longe pode ser considerado método seguro, para identificação do autor e posterior punição dos crimes.
O Tribunal de Justiça de São Paulo, em seu acórdão 01669492, da comarca de Santo André, já considerou ser possível a identificação do autor no caso de crimes contra a honra, sendo possível através da quebra de sigilo identificar o terminal onde foi criada a comunidade, ou qualquer outro meio de delito virtual, não sendo possível precisar quem o criou. No referido acórdão o próprio autor, antes mesmo de ter periciada sua máquina confessou o crime, alegando a raiva que sentia da vítima que era responsável pelo RH da empresa em que trabalhavam como motivo do crime. Caso isto não ocorresse, a justiça teria sem dúvida um grave problema, pois há o princípio In dúbio pró réu que deve ser respeitado.
Para isentar-se de responsabilidades, as Lan Houses ( empresas que disponibilizam internet aos usuários, cobrando normalmente por hora), no Estado de São Paulo, contam com a Lei 12.228/06, a qual obriga os estabelecimentos a efetuarem cadastro de seus usuários, sendo sem dúvida este um enorme passo para a identificação dos usuários que utilizavam estes estabelecimentos com a finalidade de cometer crimes.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Jurisprudências puderam ser criadas desde que houve a possibilidade da quebra de sigilo na internet por parte dos provedores e, como citado, os crimes podem perfeitamente ser tipificados sejam cometidos, na internet, jornal, televisão, ou qualquer outro meio, não sendo esta a questão principal. Uma vez que calúnia é calunia em qualquer lugar, pedofilia também e todos os demais crimes. A grande discussão está na identificação segura dos criminosos. Pois, jamais o judiciário poderá condenar uma pessoa, sem ter a certeza de que realmente é ela a autora do delito. Pois contrariaria desta forma, princípios constitucionais.
O ministério público, os órgãos do Judiciário e a sociedade em geral clamam por solução, para a questão da identificação dos criminosos na internet. Pois como, citado são cometidos os mais variados crimes no universo virtual. Todos sabem que já passou da hora disto ocorrer, e o nosso direito positivado que é, infelizmente não acompanha as mudanças tecnológicas ocorridas nos últimos tempos. e onde todos visualizam as informaçpor mais de 11 milha. pr serem inviolnte na sua honestidade, no seu bom comportamento, na Sendo necessário, primeiro ocorrer a situação, para após longos estudos e discussões, que sem dúvida são importantíssimos serem criadas leis e mecanismos de proteção das mesmas. Enquanto isso, a internet permanece sendo terra de ninguém.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Nucci, Guilherme de Souza, Código Penal Comentado, 7ª edição revista, atualizada a ampliada. 2. tir. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007.
Costa Júnior, Paulo José da, Direito Penal: Curso Completo. 6ª ed. – São Paulo: Saraiva, 1999.
IBDI Instituto Brasileiro de Direito da Informática http://www.ibdi.org.br
DireitoNet Artigo http://www.direitonet.com.br/artigos/x/26/08/2608 de Marlon Nogueira Flick, publicado em 08/05/2006.
Opice Blum Advogados Associados http://www.opiceblum.com.br/a33.htm